Irão afirma-se pronto para uma troca progressiva de urânio

"Afirmámos que estamos prontos para uma troca. Se a outra parte aceitar (o princípio de) a troca progressiva e por etapas (de urânio fracamente enriquecido por combustível) podemos discutir outros pormenores", declarou Ramin Mehmanparast durante a conferência de imprensa semanal.

O Irão submeteu a 02 de Janeiro um ultimato à comunidade internacional, pressionando-a a aceitar a sua oferta antes do fim do mês.

O grupo dos "Seis" (Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha), países interlocutores de Teerão sobre o nuclear, propôs em Outubro ao Irão que enviasse para a Rússia, de uma única vez, a maior parte - 1200 quilos - da sua reserva de urânio fracamente enriquecido, para aí ser enriquecido a 20 por cento antes de ser transformado em combustível pela França.

A proposta foi rejeitada por Teerão, que propõe uma troca por etapas e em pequenas quantidades.

 Mehmanparast tinha declarado segunda-feira que a troca poderia ser feita "na Turquia, no Japão, no Brasil ou na ilha iraniana de Kish", confirmando o abandono por parte de Teerão da sua exigência de proceder às operações em solo iraniano.

O enriquecimento de urânio está no centro de um braço-de-ferro entre o Irão e parte da comunidade internacional, que duvida, apesar dos desmentidos das autoridades iranianas, que Teerão não quer produzir combustível para fins militares.

A China defendeu hoje que "ainda há margem para os esforços diplomáticos" da comunidade internacional no dossier nuclear iraniano, apelando à retomada das negociações.

Segunda-feira, um porta-voz norte-americano afirmou que a porta "continuava aberta" se o Irão decidisse cooperar, acrescentando que Washington iria discutir esta semana com os seus parceiros do grupo dos "Seis" as "próximas etapas", as pressões e sanções que a ONU poderá decidir contra Teerão.