As autoridades judiciais do Irão libertaram Anoosheh Ashoori, um engenheiro irano-britânico reformado, preso em agosto de 2017, logo após a televisão iraniana anunciar a libertação da também irano-britânica Nazanin Zaghari-Ratcliffe, presa em Teerão desde 2016.
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"Devido à sua idade avançada e condição física, um tribunal aprovou a sua libertação condicional e [Ashoori] foi libertado", disse o porta-voz das autoridades judiciais, Zabihollah Khodayian, citado pela agência de notícias semioficial iraniana Fars.
Ashoori foi detido em Teerão em agosto de 2017 e posteriormente condenado a 12 anos de prisão por alegadas ligações com o serviço de informação israelita Mossad, situação que nega.
O meio de comunicação iraniano de língua inglesa Press TV já havia divulgado que Anoosheh Ashoori tinha sido autorizado a deslocar-se para o aeroporto com NazaninZaghari-Ratcliffe.
"Nazanin está no aeroporto de Teerão e a caminho de casa", escreveu Tulip Siddiq, parlamentar trabalhista do distrito eleitoral de Hampstead e Kilburn (norte de Londres), na rede social Twitter. Segundo a deputada, o passaporte britânico foi devolvido a Nazanin Zaghari-Ratcliffe no fim de semana.
Os "media" iranianos indicam que o pagamento de uma dívida de 530 milhões de dólares (481 milhões de euros) realizado pelo Reino Unido ao Irão está ligado à libertação dos cidadãos irano-britânicos.
Antes da Revolução Islâmica de 1979, o falecido Xá iraniano Mohammad Reza Pahlavi pagou a quantia, de cerca de 400 milhões de libras esterlinas (475,5 milhões de euros), por tanques Chieftain que nunca foram entregues ao seu país.
Gerente de projetos da Fundação Thomson Reuters, filial filantrópica da agência de notícias com o mesmo nome, Nazanin Zaghari-Ratcliffe foi presa em 2016 em Teerão, durante uma visita à sua família.
Foi acusada de conspirar para derrubar a República Islâmica, o que nega veementemente, e condenada a cinco anos de prisão.
Depois de cumprir a sua sentença, foi novamente condenada no final de abril a um ano de prisão por participar numa manifestação em frente da embaixada iraniana em Londres, em 2009.
Em outubro de 2021, Zaghari-Ratcliffe perdeu um recurso, o que levantou preocupações entre os seus familiares de um retorno iminente à prisão, de onde foi libertada com pulseira eletrónica - em regime de prisão domiciliária - em março de 2020, devido à pandemia de covid-19.