Militares assumem expansão em várias frentes para altura em que se assinala um ano de guerra em Gaza, incluindo retaliação “significativa e séria” contra Teerão.
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Um oficial das Forças de Defesa de Israel (FDI) assumiu, sob anonimato, que os militares vão expandir as suas operações em múltiplas frentes por altura do primeiro aniversário dos ataques do Hamas contra território israelita, a 7 de outubro de 2023, que se assinala esta segunda-feira. Tal inclui uma retaliação “significativa e séria” contra o Irão, em resposta ao ataque massivo, com quase 200 mísseis balísticos, da passada terça-feira.
“As FDI estão a preparar uma resposta ao ataque iraniano ilegal e sem precedentes contra civis israelitas e Israel”, disse o oficial à agência AFP, sem se identificar, não tendo detalhado a natureza ou momento exato da retaliação.
Enquanto Telavive prepara a resposta a Teerão, o presidente dos EUA, Joe Biden, advertiu contra atacar instalações petrolíferas iranianas, depois de, na quinta-feira, ter assumido que Washington estava a “discutir” essa possibilidade com Israel.
Diplomacia iraniana na Síria
O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Seyed Abbas Araghchi, publicou hoje na rede social X uma fotografia sua com o presidente da Síria, Bashar al-assad, após o que disse terem sido conversações “sobre questões bilaterais e regionais”.
“Salientei que o Irão estará ao lado da Resistência em qualquer situação. Deixei também claro que a resposta a qualquer agressão por parte do regime israelita será mais forte – e podem pôr à prova a nossa determinação”, escreveu Seyed Abbas Araghchi.
“A nossa reação a qualquer ataque do regime sionista é completamente clara. Para cada ação, haverá uma reação proporcional e semelhante do Irão, e ainda mais forte”, disse o chefe da diplomacia iraniana aos jornalistas em Damasco, na Síria.
Araghchi reiterou ainda o apelo ao cessar-fogo na Faixa de Gaza e no Líbano: “A questão mais importante hoje é o cessar-fogo, especialmente no Líbano e em Gaza. Há iniciativas nesse sentido. Houve consultas que esperamos que tenham sucesso”, assinalou o chefe da diplomacia de Teerão.
O presidente de Israel, Isaac Herzog, salientou hoje que o Irão continua a ser uma “ameaça contínua” para Israel. “Em muitos sentidos, ainda estamos a viver as consequências do 7 de outubro. Está na ameaça contínua ao Estado judaico por parte do Irão e dos seus representantes terroristas”, disse Herzog num comunicado para assinalar o primeiro aniversário do ataque do Hamas a Israel.
Primeiro ataque ao Norte do Líbano
O Hamas anunciou este sábado que um “bombardeamento sionista” matou um dos seus comandantes, Saeed Atallah Ali, a mulher e duas filhas, no campo de refugiados de Beddawi, no Norte do Líbano, tratando-se do primeiro ataque a atingir o Norte do país desde a escalada com o Hezbollah. Saeed Ali era líder das Brigadas al-Qassam, o braço armado do grupo islamita palestiniano.
As FDI e a Autoridade de Segurança de Israel (ISA) emitiram um comunicado conjunto, no qual anunciaram ter “eliminado dois terroristas de topo da ala militar do Hamas no Líbano”. “No início do dia de hoje, numa operação conjunta das FDI e da ISA, a IAF [Força Aérea israelita] atingiu e eliminou o terrorista Muhammad Hussein Ali al-Mahmoud, que era a autoridade executiva do Hamas no Líbano”, referia a mesma nota.
“Numa outra operação das FDI e da ISA, realizada durante a manhã de sábado na zona de Tripoli, no Líbano, foi eliminado o terrorista Said Alaa Naif Ali, membro sénior da Ala Militar do Hamas no Líbano”, acrescentaram os militares.
O porta-voz do exército israelita Daniel Hagari afirmou, este sábado, que as forças armadas já mataram 440 elementos do Hezbollah desde o início das incursões no sul do Líbano.