A admissão da Palestina na UNESCO afasta as perspectivas de um acordo de paz, afirmou, esta segunda-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita, condenando a "manobra unilateral" dos palestinianos.
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"Israel rejeita a decisão da Assembleia-Geral da UNESCO (...) de aceitar a Palestina como Estado-membro da organização", lê-se num comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros divulgado em Jerusalém.
"É uma manobra unilateral palestiniana que não vai mudar nada no terreno mas afasta ainda mais a possibilidade de um acordo de paz", acrescenta o texto.
"Esta decisão não vai transformar a Autoridade Palestiniana num verdadeiro Estado e coloca obstáculos inúteis na via para a retomada das negociações", acrescenta.
A Autoridade Palestiniana foi admitida como membro de pleno direito da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) com 107 votos a favor, 52 abstenções e 14 votos contra dos Estados membros presentes na votação, em Paris.
A admissão na UNESCO vai permitir aos palestinianos candidatarem vários locais religiosos e culturais a Património Mundial da Humanidade, alguns dos quais são disputados por Israel.
A votação é uma vitória diplomática para os palestinianos no processo que iniciaram, em Setembro, para a admissão na ONU como Estado de pleno direito.
França, Espanha, Índia e China foram alguns dos países que votaram favoravelmente a admissão da Palestina, a par de quase todos os países árabes, africanos e latino-americanos.
"Isso vai certamente enfraquecer a sua capacidade de influência em relação a Israel", designadamente em relação ao processo de paz, disse o representante israelita.
Os países que votaram a favor "adoptaram uma versão de ficção científica da realidade ao admitirem um Estado que não existe na organização encarregue da Ciência... A UNESCO deve encarregar-se da Ciência, não da ficção científica", disse.