O Exército israelita emitiu novas ordens de evacuação, hoje à noite, para quase toda a província de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, pedindo aos residentes que se mudem para a área de Al Mawasi.
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Israel ordenou aos residentes das cidades de Khan Yunis, Bani Suhaila e Abasan, que cobrem quase todo o sul de Gaza, para se deslocarem imediatamente para oeste, para Al Mawasi, de acordo com uma declaração militar.
Estas mesmas áreas receberam uma ordem de evacuação há apenas cinco dias.
O Exército, segundo o plano, continua a concentrar uma população de 2,1 milhões de pessoas numa área cada vez mais pequena: a cidade de Gaza, no norte, Al Mawasi, e a área central de Deir el Balah.
Além disso, o Exército israelita intensificou os ataques aéreos contra a cidade de Gaza e a província do Norte, bombardeando 60 edifícios residenciais em apenas 48 horas, onde estavam abrigadas "centenas de famílias", muitas das quais ficaram sem casa, informou um porta-voz da Defesa Civil, num comunicado.
Desde sexta-feira, mais de 60 corpos de palestinianos foram transportados para os hospitais da Faixa de Gaza, segundo dados do Ministério da Saúde, elevando o número total de mortos para quase 54.400 desde outubro de 2023.
Netanyahu considera proposta do Hamas "inaceitável"
O primeiro-ministro israelita classificou hoje de "inaceitável" a contraproposta do Hamas à mais recente proposta de cessar-fogo norte-americana, estando o grupo radical palestiniano disponível para libertar 10 reféns vivos e 18 mortos.
Em comunicado, o gabinete de Benjamin Netanyahu afirmou que, como declarou o enviado especial do Presidente dos Estados Unidos para o Médio Oriente, Steve Witkoff, "a resposta do Hamas é inaceitável e faz com que a situação se agrave".
No texto, Netanyahu acusa o Hamas de se manter "firme na sua recusa", uma vez que o grupo islamita anunciou que, para chegar a um acordo, é necessário haver garantias de que as tropas israelitas vão abandonar a Faixa de Gaza, bem como negociações para um "cessar-fogo permanente".
"Israel continuará as suas ações pela devolução dos nossos reféns e pela derrota do Hamas", declarou o primeiro-ministro.
Numa declaração emitida hoje, noticiada pela imprensa israelita, Witkoff classificou a resposta do Hamas como "totalmente inaceitável" e disse que o que estão a fazer é "regredir".
O grupo radical palestiniano Hamas anunciou hoje que está disponível para libertar 10 reféns vivos e 18 mortos numa resposta aos Estados Unidos, que pedem o fim da guerra e a retirada das tropas israelitas.
A contraproposta aos mediadores "visa alcançar um cessar-fogo permanente, uma retirada completa da Faixa de Gaza e garantir o fluxo de ajuda ao nosso povo e às nossas famílias", anunciou o Hamas num comunicado.
Segundo fontes com acesso ao pacto, citadas pela imprensa israelita, o novo documento não contém qualquer exigência escrita para que Israel termine definitivamente a ofensiva ou retire as tropas da Faixa de Gaza.
Inclui a libertação de 10 reféns vivos e 18 reféns mortos em dois lotes, em troca de um cessar-fogo de 60 dias.
Além disso, estipula, numa linguagem vaga, a entrega imediata de ajuda humanitária, de acordo com a agência de notícias EFE.
Na quinta-feira, os Estados Unidos revelaram que Israel aceitou a proposta do Presidente norte-americano, Donald Trump, para um cessar-fogo na Faixa de Gaza, enquanto as negociações com o Hamas prosseguiam.
O conflito em curso foi desencadeado pelos ataques liderados pelo grupo islamita palestiniano Hamas em 7 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde fez cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e mais de duas centenas de reféns.