Israelitas e palestinianos afirmam que reunião com Obama não vai relançar processo de paz
<p>Israel e a Autoridade Palestiniana advertiram hoje que a cimeira tripartida anunciada sábado pelo presidente norte-americano, Barack Obama, não vai conduzir a um reinício das negociações de paz.</p>
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Num comunicado divulgado hoje em Jerusalém, o gabinete de imprensa do governo israelita classifica a reunião tripartida, prevista para terça-feira, como um "encontro preliminar" que permitirá acordar as bases para posteriores reuniões.
Na mesma linha, o porta-voz de Mahmud Abbas, Nabil Abu Rudeina, afirmou em Ramallah que o presidente da Autoridade Palestiniana vai a Washington para apoiar os esforços de Obama em favor da paz no Médio Oriente, mas que a cimeira não implica o "tiro de partida" para o reinício do diálogo, suspenso desde finais de 2008.
Num comunicado, Abu Rudeina reiterou que a condição palestiniana para voltar à mesa das negociações é a suspensão total da construção de colonatos judeus em Jerusalém leste e na Cisjordânia.
O encontro tripartido foi anunciado um dia depois de o enviado especial dos Estados Unidos para o Médio Oriente, George Mitchell, abandonar a região ao fim de cinco dias de intensas negociações sem resultados.
A reunião de Washington vai ser antecedida de encontros bilaterais de Barack Obama com Mahmud Abbas e com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que têm como objectivo "acordar as bases para o relançamento das negociações e criar um ambiente positivo para que estas possam ter êxito", segundo a Casa Branca.
O líder do governo do Hamas na Faixa de Gaza, Ismail Haniyeh, afirmou por seu lado que a reunião de Washington será inútil e advertiu que o movimento radical, que controla a Faixa de Gaza desde Junho de 2007, não se sente obrigado a respeitar eventuais concessões que Abbas venha a fazer a Israel.
"A Organização para a Libertação da Palestina não é ninguém para negociar questões como Jerusalém, as fronteiras ou os refugiados, em nome dos palestinianos", disse Haniyeh num sermão pronunciado em Gaza no âmbito das festividades que assinalam o fim do Ramadão.