Tóquio pediu explicações a Washington sobre a denúncia do portal WikiLeaks, segundo a qual a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos espia há vários anos o Governo, entidades e empresas nipónicas.
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"Pedimos encarecidamente ao diretor da agência de inteligência nacional dos Estados Unidos, [James] Clapper, que verifique os factos", disse, esta segunda-feira, o ministro-porta-voz do executivo nipónico, Yoshihide Suga, durante uma conferência de imprensa.
O 'site' WikiLeaks publicou, na sexta-feira, documentos em que assegura que a Agência de Segurança Nacional (NSA) espiou o Governo e várias empresas do país asiático.
Além de relatórios, o portal fundado por Julian Assange compilou uma lista de 35 alvos japoneses de "alta prioridade" para intercetar telefonicamente, da qual figuram o Governo, o Banco do Japão, vários ministérios e grandes grupos como a Mitsubishi.
Segundo o Wikileaks, as escutas remontam até 2006, altura em que o atual primeiro-ministro, Shinzo Abe, governava pela primeira vez.
"A ser verdade, o Japão, como aliado [dos Estados Unidos], consideraria os feitos realmente lamentáveis", afirmou Suga, em declarações reproduzidas pela agência Kyodo.
Segundo o Wikileaks, as informações obtidas "demonstram um conhecimento pormenorizado de decisões internas do Japão sobre questões como as importações de produtos agrícolas e os diferendos comerciais, as posições japonesas no ciclo de negociações multilaterais de Doha da Organização Mundial de Comércio, sobre energia nuclear e emissões de gases com efeito de estufa".