O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, desloca-se a Kiev na terça-feira para expressar o seu apoio às autoridades interinas ucranianas quando as tropas russas assumiram o controlo total da Crimeia, anunciaram responsáveis dos Estados Unidos.
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John Kerry deverá reunir-se na capital ucraniana com representantes do novo executivo de transição, líderes do parlamento e membros da sociedade civil.
O secretário de Estado "reafirmará o firme apoio [dos EUA] à soberania, independência e integridade territorial da Ucrânia, e ao direito do povo ucraniano a decidir o seu próprio futuro sem interferência ou provocações exteriores", acrescenta a nota.
Após esta visita, Kerry deverá deslocar-se ainda a Paris e Roma, na quarta e quinta-feira.
Entrevistado por diversas cadeias de televisão, Kerry qualificou a intervenção militar russa na península da Crimeia como um "ato descarado de agressão".
"É uma violação da lei internacional e uma violação da Carta das Nações Unidas" e representa "uma ação do século XIX que coloca em dúvida a capacidade da Rússia para viver no mundo moderno", disse.
Kerry também avisou que uma generalização da ação militar russa na Ucrânia seria muito perigosa para a Rússia. "O povo ucraniano sabe combater", considerou.
O chefe da diplomacia de Washington também considerou que o lugar da Rússia no grupo do G8 está ameaçado, e quando está agendada para junho em Sochi, no Cáucaso russo, uma cimeira desta organização. EUA, França, Reino Unido e Canadá já anunciaram que não tencionam comparecer neste encontro.
Segundo um responsável norte-americano citado pela agência noticiosa AFP, já foram anuladas diversas reuniões de caráter económico e a viagem de uma delegação russa a Washington.
A tensão entre a Ucrânia e a Rússia agravou-se na última semana, após a queda do ex-presidente Ianukovich, por causa da Crimeia, península do sul do país onde se fala russo e está localizada a frota da Rússia do Mar Negro.
A câmara alta do parlamento russo aprovou no sábado, por unanimidade, um pedido do presidente Vladimir Putin para autorizar "o recurso às forças armadas russas no território da Ucrânia".
Esta decisão surgiu um dia depois da denúncia da Ucrânia de que a Rússia fez uma "invasão armada" na Crimeia.