Jordânia e Emirados Árabes lançam ajuda aérea e Israel garante haver "corredores seguros"
Aviões da Jordânia e dos Emirados Árabes Unidos (EAU) lançaram 25 toneladas de ajuda humanitária sobre a Faixa de Gaza, numa altura em que o Exército israelita anunciou uma "pausa tática" diária nos combates em várias zonas e a segurança dos corredores humanitários.
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O primeiro-ministro de Israel instou a ONU a deixar de culpar o Governo pela situação humanitária em Gaza, depois do anúncio do exército.
"Há corredores seguros. Sempre existiram, mas hoje é oficial. Não haverá mais desculpas", disse Benjamin Netanyahu durante uma visita a uma base aérea.
A ONU saudou o anúncio e afirmou que pretende chegar ao maior número possível de pessoas na Faixa de Gaza,
O Programa Alimentar Mundial (PAM) afirmou ter alimentos suficientes, já disponíveis ou a caminho da região, para os 2,1 milhões de pessoas na Faixa de Gaza durante quase três meses.
O responsável humanitário da ONU, Tom Fletcher, saudou o anúncio destas "pausas humanitárias".
"Estamos em contacto com as nossas equipas em terra, que farão todo o possível para chegar ao maior número possível de pessoas famintas", escreveu na rede social X. O PAM indicou que os intervalos e corredores devem permitir a distribuição segura de alimentos de emergência.
"A ajuda alimentar é a única forma real de a maioria das pessoas em Gaza se alimentar", afirmou, em comunicado, acrescentando que um terço da população não come há vários dias e que 470 mil pessoas em Gaza estão a "experimentar condições semelhantes à fome" que podem levar à morte.
62 mil toneladas de alimentos mensais
De acordo com o PAM, são necessárias 62 mil toneladas de alimentos mensalmente para satisfazer as necessidades de toda a população de Gaza.
A agência da ONU afirmou ainda que, além da pausa anunciada, Israel comprometeu-se a permitir a entrada de mais camiões em Gaza com procedimentos de desalfandegamento mais rápidos e garantiu que não haverá mais "força armada ou tiroteios perto de comboios".
"Juntos, esperamos que estas medidas permitam um aumento da ajuda alimentar de emergência para chegar às pessoas famintas sem mais atrasos", afirmou o PAM.
O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, afirmou que Israel, enquanto potência ocupante de Gaza, tem a obrigação de garantir o fornecimento de alimentos suficientes à população.
"As crianças estão a morrer de fome diante dos nossos olhos. Gaza é uma paisagem distópica marcada por ataques mortais e destruição total", afirmou em comunicado.