Após 17 anos afastada da família, a jovem Jerusalém Aregay regressou à Eritreia, graças ao acordo de paz, assinado a 09 de julho, entre a Etiópia e a Eritreia que declarou o fim do estado de guerra.
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"Estamos tão felizes, obrigado meu Deus!", exclamou Jerusalém Aregay logo após o reencontro com a sua tia Tinseu Nigusse, em Asmara, capital da Eritreia.
Segundo a agência de notícias France-Presse (AFP), a retoma das ligações aéreas entre Asmara e Adis Abeba, capital da Etiópia, permitiu o reencontro de famílias há muito separadas pela guerra.
Jerusalém Aregay deixou a Eritreia em 2001 e fugiu para o sul, para "um país do qual tinha nacionalidade", convicta de que não iria ver os seus amigos e a sua família. "Eu não esperava ver a minha tia, os meus tios e os meus amigos novamente", disse a jovem Jerusalém.
Nascida na Eritreia e cidadã etíope, Jerusalém Aregay afirmou, segundo a AFP, que a cada seis meses, o governo da Eritreia forçava os etíopes a pagar um alto preço para renovar as suas autorizações de residência. "Não tínhamos um lugar para morar" disse.
A jovem referiu que juntamente com a sua irmã mais nova Lewan Aregay, ajudada pelas Nações Unidas, partiram para um campo de refugiados no norte da Etiópia.
O presidente da Eritreia, Isaias Afewerki, e o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, assinaram a 09 de julho uma declaração de paz que declarou o fim do estado de guerra entre os dois países.
A Eritreia tornou-se independente da Etiópia em 1993, mas as disputas fronteiriças levaram os dois países a uma guerra entre 1998 e 2000, que terminou com dezenas de milhares de mortes nos dois lados.