O Conselho Geral do Poder Judicial espanhol decidiu hoje, sexta-feira, suspender cautelarmente das suas funções o juiz da Audiência Nacional, Baltasar Garzón.
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A suspensão surge depois do Tribunal Supremo ter ordenado, esta semana, a abertura de um julgamento oral contra Baltasar Garzón, acusado de prevaricação por se ter declarado competente para investigar os crimes do franquismo.
Gabriela Bravo, porta-voz do Conselho Geral do Poder Judicial, disse aos jornalistas que a decisão foi adoptada por unanimidade pelos 18 membros da entidade reguladora dos juízes em Espanha.
Antes desta suspensão, o juiz espanhol tinha solicitado ao CGPJ a transferência para o Tribunal Penal Internacional (TPI), depois de ser convidado a ocupar o cargo de assessor do procurador chefe da instituição durante sete meses.
Sobre o pedido de transferência, o CGPJ solicitou já pareceres ao governo, ao TPI e à Audiência Nacional.
Saída em lágrimas
O juiz espanhol Baltasar Garzón abandonou, a chorar e perante aplausos e gritos de apoio de colegas e advogados, o edifício da Audiência Nacional, pouco tempo depois de ser suspenso cautelarmente de funções.
O magistrado foi fortemente aplaudido e ouviu gritos de apoio, como "Garzón, amigo, o povo está contigo".
A notícia da suspensão foi comunicada a Garzón no momento em que presidia a uma audiência e ouvia o testemunha de um empresário acusado no âmbito da operação denominada "Pretória".