O Ministério Público de Paris abriu uma investigação na sequência de uma denúncia que alega que o serviço prestado pela empresa de transportes parisiense coloca em risco a saúde humana. A acusação tem por base uma queixa feita pela associação "Respire".
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A denúncia contra a RATP, empresa de transportes de Paris, apresentada em março de 2021, foi feita pela "Respire", associação francesa de defesa do ambiente.
O organismo critica a RATP por não informar adequadamente os passageiros sobre os níveis de poluição do ar a que estão expostos quando entram no metro. Tony Renucci, diretor da "Respire", defendeu, em comunicado, que "está na hora de levantar o véu do silêncio" e que o serviço de transportes tem de dizer a verdade aos clientes, avança o jornal francês "Le Monde".
Em reação, a empresa de transportes parisiense disse não comentar processos judiciais em curso, garantindo que "há 20 anos que a qualidade do ar é uma prioridade". A RATP referiu, no entanto, que irá instalar ventiladores de grande eficiência e sistemas de freios elétricos para reduzir a poluição.
Várias organizações francesas têm mostrado que os níveis de partículas finas são, em média, três vezes maiores dentro do metro do que fora. Esses organismos, particularmente perigosos para a saúde, tendo em conta que penetram profundamente o corpo humano, são emitidos, principalmente, pelo sistema de freios do metro.
A cada ano, estima-se que 40 mil mortes ocorram em França, devido à grande poluição do ar nas composições do metro, de acordo com os dados do sistema nacional de saúde francês.