O líder norte-coreano, Kim Jong-un, visitou quintas atingidas pelo tufão e supervisionou helicópteros militares que pulverizavam pesticidas numa tentativa de salvar colheitas importantes, informaram os meios de comunicação estatais esta sexta-feira.
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A tempestade tropical Khanun atingiu a costa na semana passada na Coreia do Norte, um país onde os desastres naturais podem ser devastadores devido à infraestrutura fraca e à desflorestação generalizada, o que aumenta a vulnerabilidade a inundações.
A visita ocorreu horas depois de o Conselho de Segurança da ONU ter acusado o regime norte-coreano de gastar pesadamente no seu programa de armas nucleares enquanto o povo passa fome e carece de necessidades básicas. Na quinta-feira, a agência de espionagem da Coreia do Sul disse aos legisladores que cerca de 240 norte-coreanos morreram de fome entre janeiro e julho deste ano, disse o parlamentar Yoo Sang-bum após a reunião.
Kim Jong-un visitou campos de arroz na província de Kangwon que foram inundados pelo tufão, mas previu uma "recuperação completa dos danos" graças ao patriotismo dos soldados que ajudaram a salvar a colheita, informou a Agência Central de Notícias da Coreia.
As imagens da KCNA mostraram Kim, agachado junto ao arrozal, enquanto helicópteros militares pulverizavam as plantações.
O líder norte-coreano disse que a resposta rápida dos militares aos danos causados pelo tufão "realizou um milagre de recuperação de terras inundadas num breve período de tempo".
Porém, alguns especialistas questionaram a eficácia das medidas. "A ordem de Kim Jong-un para mobilizar aviões da força aérea é apenas um espetáculo", afirmou à AFP An Chan-il, um desertor que se tornou investigador e dirige o Instituto Mundial de Estudos da Coreia do Norte. "O tempo apropriado para a pulverização de pesticidas nas plantações já passou", disse, acrescentando que a dependência dos militares para a recuperação dos danos causados pelo tufão mostrou que outros recursos disponíveis podem estar esgotados.