Donald Trump realizou, no sábado, o primeiro comício da campanha às eleições presidenciais dos Estados Unidos desde que foi vítima de uma tentativa de assassinato, e refutou as preocupações de que a sua liderança seja uma ameaça para a democracia.
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"Na semana passada levei um tiro pela democracia", disse o ex-presidente dos EUA, com uma ovação dos cerca de 12 mil presentes no comício em Grand Rapids, Michigan, um "estado fundamental" onde venceu em 2016, mas perdeu para Biden em 2020.
“Não sou de todo extremista”, prosseguiu o candidato republicano, rejeitando as alegadas ligações ao Projeto 2025, um manifesto criado por figuras próximas do ex-presidente que tem sido considerado pelos adversários como uma lista de desejos autoritários e de direita.
Durante o discurso inflamado, mas tipicamente ambíguo, o republicano falou sobre a imigração, realçou factos falsos sobre a criminalidade dos migrantes e repetiu a afirmação infundada de que os democratas “manipularam” as eleições de 2020.
Expressou ainda admiração por autocratas estrangeiros, incluindo o “brilhante” Xi Jinping da China, que elogiou por controlar “1,4 mil milhões de pessoas com mão de ferro”.
Evocou também os segundos após um homem armado o ter tentado matar no comício na Pensilvânia, quando, ensanguentado e rodeado por agentes dos Serviços Secretos, ergueu o punho e gritou aos seus apoiantes para “lutarem”.
A multidão no Michigan entoou a palavra várias vezes no sábado, embora alguns se tenham cansado do longo discurso após 90 minutos e acabado por ir embora.
Triump ridicularizou ainda o Partido Democrata, agitado por uma pressão sem precedentes para que o presidente Joe Biden abandone a candidatura à reeleição, devido a preocupações sobre a sua idade e aptidão para exercer funções até 2029.
“Eles não fazem ideia de quem é o seu candidato... Este gajo vai e recebe os votos, e agora querem tirar-lhos. Isso é democracia”, disse Trump à multidão de 12 mil apoiantes.
O candidato republicano insultou Biden, chamando-lhe “estúpido” e um “velho fraco”, e atacou também Kamala Harris, a quem chamou “louca” e “maluca”.
A campanha de Biden-Harris considerou o discurso de Trump “uma campanha de vingança e retribuição, com as mesmas mentiras”.
A segurança foi apertada no interior da Van Andel Arena, após questões levantadas devido a falhas dos Serviços Secretos no comício da Pensilvânia - embora houvesse poucos sinais visíveis de reforço no comício de Michigan.