O presidente da Chechénia, Ramzan Kadyrov, declarou esta sexta-feira que os irmãos Tsarnaev, suspeitos do duplo atentado em Boston, são desconhecidos naquele país, remetendo qualquer responsabilidade sobre o incidente para a atuação dos serviços secretos norte-americanos.
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"Não conhecemos os Tsarnaev, eles não vivem na Chechénia, eles vivem e estudam nos Estados Unidos. O que aconteceu em Boston é uma falha dos serviços secretos norte-americanos", afirmou o líder checheno, citado pela agência pública russa Ria Novosti.
Os suspeitos do duplo atentado de segunda-feira em Boston foram identificados pelas autoridades como dois irmãos de origem chechena: Dzhokhar Tsarnaev, de 19 anos, que continua a monte, e Tamerlan Tsarnaev, de 26 anos, detido hoje de madrugada pela polícia e que acabou por morrer no hospital.
As duas explosões registadas na segunda-feira perto da linha da meta da Maratona de Boston causaram três mortos e cerca de 180 feridos.
"Tornou-se bastante típico ligar tudo o que se passa no mundo aos chechenos, culpar os chechenos, mesmo por um tsunami", acrescentou o líder desta república do Cáucaso russo.
"Mas, uma acusação não é uma prova que estas pessoas estiveram envolvidas naquilo que aconteceu", referiu Ramzan Kadyrov.
Momentos mais tarde, o líder checheno voltou a abordar o assunto na sua conta no Instagram, uma aplicação de partilha de fotografias.
"Eles cresceram na América, os seus pontos de vista e convicções foram formados na América. As raízes do mal devem ser procuradas na América", escreveu Ramzan Kadyrov.
Na mesma mensagem, o governante expressou as suas condolências ao povo americano, mas criticou a atuação das autoridades norte-americanas e a morte do suspeito Tamerlan Tsarnaev.
"Teria sido lógico prendê-lo e realizar uma investigação", defendeu o Presidente checheno.
"Evidentemente, os serviços especiais norte-americanos precisam de um resultado a qualquer custo para acalmar a sociedade", concluiu.