O grão-mufti da Austrália, Ibrahim Abu Mohamed, e os principais líderes islâmicos do país condenaram a tomada de reféns, ocorrida num café no centro de Sidney, onde um homem armado mantém um número indeterminado de pessoas reféns.
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"O grão-mufti e o Conselho Nacional Australiano dos imãs condenam este inequívoco ato criminoso", diz um comunicado emitido pelo mufti.
Ibrahim Abu Mohamed também manifestou a sua solidariedade e apoio para com as vítimas da ação - que se estimam entre uma dezena e meia centena -, assim como aos seus familiares, acreditando "numa resolução pacífica desta calamidade".
Em declarações à televisão ABC, o presidente da Associação Muçulmana Libanesa, Samier Dandan, também afirmou que os líderes do grupo ao qual pertence estão dispostos a ajudar em tudo o que estiver ao seu alcance.
As primeiras imagens transmitidas pelas televisões permitiram ver uma bandeira negra com uma inscrição em árabe, que foi traduzida como "Não há outro Deus senão Alá e Maomé é o seu profeta".
A polícia encerrou rapidamente a zona financeira de Martin Place, onde se localiza o estabelecimento, e evacuou vários edifícios, incluindo o ícone da cidade - a Sydney Opera House - o parlamento e a biblioteca estatal.
As autoridades confirmaram que três reféns saíram entretanto do café - embora ainda se desconheça se o trio escapou ou foi libertado pelo sequestrador - e, apesar de não terem um número concreto, estimam que os reféns sejam menos de 30.
A Austrália elevou, em setembro último, o nível de alerta terrorista de "médio" para "alto" pela primeira vez em dez anos.
A participação de tropas australianas em missões contra os jiadistas no norte do Iraque e na Síria e os receios relativamente ao regresso de extremistas nascidos na Austrália ou com passaporte do país que combatem nas fileiras do Estado Islâmico (EI) foram duas das razões invocadas.
Segundo as estimativas de Camberra, participam em combates na Síria e no Iraque mais de 160 australianos, dos quais pelo menos 20 conseguiram regressar ao país, cuja legislação prevê penas de até 20 anos de cadeia para os cidadãos que se envolvem em conflitos armados no estrangeiro.
As autoridades australianas têm levado a cabo inúmeros 'raides' policiais, de grande aparato e dimensão, nas principais cidades no quadro da luta contra presumíveis terroristas.