A Lituânia anunciou este sábado que abandona o grupo designado "17+1", constituído pela China e pelos países da Europa Central e Oriental, considerando que o mesmo é um fator de "divisão" do ponto de vista da União Europeia.
Corpo do artigo
A decisão ocorre num contexto de deterioração das relações entre os 27 e Pequim.
"A Lituânia já não se considera um membro do formato 17+1 e não participa nessa iniciativa", declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Gabrielius Landsbergis, à agência France Presse.
O governante considerou que esta estrutura de cooperação é um fator de "divisão" a apelou aos países membros da UE para adotarem "uma abordagem e uma comunicação a 27+1 com a China", defendendo que seria "muito mais eficaz".
"A força e o impacto da Europa estão na sua unidade", sublinhou Landsbergis.
Na quinta-feira, o Parlamento Europeu votou uma resolução recusando analisar o acordo UE-China sobre investimentos se Pequim mantiver as contra-sanções impostas a personalidades do continente, incluindo eurodeputados.
Nos últimos meses, a Lituânia teve iniciativas que irritaram Pequim, como o bloqueio dos investimentos chineses e o anúncio da abertura de um escritório comercial em Taiwan.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês protestou em 4 de março, lembrando que se "opõe firmemente" à prática de criação de instituições oficiais em Taiwan.
Na quinta-feira, o parlamento lituano aprovou uma resolução condenando a política de Pequim em relação à minoria muçulmana uigure como "crime contra a humanidade" e "genocídio".
Os deputados também pediram à ONU que realize um inquérito sobre os campos onde estão detidos uigures em Xinjiang (oeste da China), apelando à União Europeia para rever as suas relações com Pequim.