Mais de 90 detidos em Londres em contra-protestos a manifestação pró-palestiniana
Pelo menos 92 pessoas foram detidas, este sábado, em Londres na sequência de confrontos entre apoiantes de extrema-direita e a polícia enquanto decorria uma manifestação pró-palestiniana a apelar ao cessar-fogo na Faixa de Gaza.
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O comissário adjunto da Polícia Metropolitana, Matt Twist, adiantou que os contra-protestos começaram logo de manhã, com a chegada de várias centenas de pessoas à capital britânica que "pareciam querer conflito e violência".
Os confrontos surgiram quando estes grupos tentaram chegar ao Cenotáfio, monumento de memória aos mortos da Primeira Guerra Mundial, perturbando uma cerimónia de comemoração do Dia do Armistício, às 11 horas, e continuaram durante a tarde.
Segundo a polícia, as 92 detenções resultaram de posse de armas brancas, bastões, drogas e ataque a agentes da polícia.
"Houve uma série de grupos deste contra-protesto que se separaram e pareciam querer confrontar a manifestação principal palestiniana", explicou o responsável, num vídeo partilhado na rede social X.
A polícia estimou que a marcha em defesa de um cessar-fogo em Gaza mobilizou cerca de 300 mil pessoas, a qual Matt Twist disse ter decorrido "sem incidentes".
A manifestação, organizada por grupos de esquerda e organizações muçulmanas, começou junto a Hyde Park e terminou na embaixada dos Estados Unidos com um comício.
Na semana passada, o primeiro-ministro, Rishi Sunak, classificou os protestos pró-palestinianos de "provocatórios e desrespeitosos" por coincidirem com o Dia do Armistício, durante o qual são recordados os soldados mortos em guerras desde a Primeira Guerra Mundial.
Dezenas de milhar de pessoas têm participado em protestos todos os sábados nas ruas de Londres e em outras cidades do país desde o início dos bombardeamentos de Israel em Gaza, em resposta aos ataques mortais do grupo militante palestiniano Hamas no mês passado.
A polícia decidiu autorizar o evento deste sábado porque considerou que as informações relativas ao risco de desordem grave não eram suficientes para decretar a proibição, mas reforçou a segurança com cerca de dois mil agentes e poderes especiais para revistar pessoas e dispersar ajuntamentos.