O ex-presidente sul-africano Nelson Mandela continua em estado crítico devido a uma infeção pulmonar, afirmou, esta quinta-feira, o atual chefe de Estado, Jacob Zuma.
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Falando perante uma conferência sindical, Zuma afirmou que é preciso manter Mandela e a sua família "nos pensamentos e orações a cada minuto", indicando que o histórico líder "continua em estado crítico no hospital".
Milhares de pessoas e uma multidão de jornalistas vindos de todo o mundo concentraram-se frente ao hospital Mediclinic, em Pretória, onde Mandela foi internado há mais de duas semanas.
A imprensa local relatou que Mandela já não consegue respirar sem o auxílio de máquinas, mas esta informação não foi confirmada oficialmente.
Os anciões do clã de Mandela, os Thembu, deverão visitar o prémio Nobel da Paz no hospital e, segundo disse um chefe local ao jornal local "The Times", decidir o que fazer quanto ao local onde Nelson Mandela será sepultado, alegadamente motivo de discórdia no seio da sua família.
Na terça-feira, numa reunião de família, o assunto terá provocado uma cisão, com a maioria dos membros a defenderem que Mandela deve ser enterrado em Qunu, onde viveu.
A controvérsia no seio do clã tem a ver com uma decisão de um dos netos, Mandla, que decidiu mudar as campas de três filhos de Mandela para Mvezo, onde Nelson Mandela nasceu e onde o neto entende que deve ser enterrado.
A decisão foi criticada pelo resto da família, o que terá levado Mandla, que mudou as campas sem consultar o resto do clã, a sair da reunião.
Mandela, que completará 95 anos a 18 de julho, esteve hospitalizado quatro vezes desde dezembro passado, sobretudo por complicações respiratórias com origem nos 40 anos em que esteve preso, por sabotagem contra o Governo do regime segregacionista do 'apartheid'.
Libertado em 1990, Mandela foi galardoado em 1993 com o prémio Nobel da Paz, pelo seu papel nas negociações para fazer da África do Sul um regime democrático multirracial, uma distinção que partilhou com o então Presidente, Frederik De Klerk.