A rejeição ao vice-presidente do Brasil, Michel Temer, juntou os movimentos que são favoráveis e os que são contra a destituição da Presidente Dilma Rousseff, de acordo com uma sondagem de opinião divulgada esta segunda-feira pela imprensa brasileira.
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De acordo com a pesquisa de opinião do Datafolha, divulgada, esta segunda-feira, pelo jornal Folha de São Paulo, foram entrevistados manifestantes que participaram em atos contra e a favor do Governo de Dilma Rousseff no domingo, em São Paulo.
Na avenida Paulista, em São Paulo, onde foi promovido um protesto pela queda da Presidente, 54% dos entrevistados disseram ser favoráveis também à destituição de Michel Temer.
A expectativa quanto a um eventual Governo liderado por Temer também não é positiva, pois a maioria dos manifestantes da Paulista (68%) acredita que a gestão do vice-Presidente será regular ou ruim/péssima.
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Segundo estimativa do instituto, estiveram na avenida 250 mil pessoas.
A avaliação de Temer é ainda pior entre os manifestantes que estiveram no Vale do Anhangabaú (no centro de São Paulo), onde foi realizado um ato contra a destituição de Dilma Rousseff, também no domingo, em que participaram cerca de 42 mil pessoas, segundo as estimativas.
Entre esses manifestantes, 79% afirmaram que Temer também deve ser afastado e 88% acreditam que o Governo do vice-Presidente será ruim ou péssimo.
O vice-Presidente - que é do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) e saiu recentemente da base aliada do Governo - assumirá a Presidência caso a destituição da Presidente, do Partido dos Trabalhadores (PT), seja confirmada no Senado.
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No domingo, o Supremo Tribunal Federal recebeu mais um pedido de 'impeachment' de Michel Temer, que será analisado pelo Senado.
Segundo uma pesquisa do Datafolha feita em março, entre a população brasileira geral, 35% disseram que o Governo do vice-Presidente seria ruim/péssimo e outros 35% afirmaram que seria regular.
Outro fator que une os manifestantes de Anhangabaú e da Paulista é a cassação do presidente da câmara dos deputados, Eduardo Cunha (PMDB).
Na mobilização pró-Dilma, 94% disseram ser favoráveis ao afastamento do deputado federal, que conduz o processo de 'impeachment' até agora.
Na avenida Paulista, o índice foi parecido: 87% declararam apoio ao afastamento de Cunha, que é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de branqueamento de capitais e evasão de divisas.
Em relação ao afastamento de Dilma Rousseff, os resultados são opostos. Os manifestantes em Anhangabaú mostraram-se céticos sobre sua a saída do cargo, visto que 77% consideram que a Presidente não acabará de facto afastada.
Na avenida Paulista (a favor da destituição), a expectativa é a inversa, já que 94% acreditam que a Presidente deixará o cargo.
O Datafolha ouviu 1.147 pessoas no Anhangabaú e 2.078 pessoas na região da avenida Paulista. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, na pesquisa feita com os movimentos favoráveis a Dilma e de dois pontos percentuais no protesto contra a Presidente.