Um médico inglês utilizou um canivete suíço para realizar uma cirurgia de emergência no hospital Royal Sussex, em Brighton. O paciente sobreviveu e o hospital abriu uma investigação, por considerar que o método era desnecessário.
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O recurso ao canivete suíço terá sido decidido depois de o profissional de saúde se ter deparado com dificuldades em encontrar um bisturi esterilizado. Recorreu ao canivete que utilizava para cortar a fruta para abrir o peito de um paciente que chegara ao hospital.
O cirurgião, cuja identidade não foi revelada, teve uma atitude "questionável", escreveram os colegas do hospital, ouvidos no âmbito do inquérito interno que decorre, e que é citado pela BBC.
Apesar de a cirurgia ter sido "de emergência", o hospital explica que as ações do médico foram “fora dos procedimentos normais e não deveriam ter sido necessárias”.
A BBC relata ainda que o mesmo médico realizou três operações alegadamente de baixo risco em dois meses, onde todos os três pacientes morreram pouco tempo depois.
O hospital, depois de averiguar estes casos, concluiu que os utentes tinham recebido "maus cuidados". A filha de uma mulher que morreu relatou à estação britânica que a família não percebe a razão pela qual a cirurgia não foi bem-sucedida e exige "uma investigação completa sobre estas mortes, não apenas um plano de ação". A Comissão de Qualidade dos Cuidados analisou as mortes e concluiu que não houve violação dos regulamentos.
Em reação à polémica, os hospitais Universitários de Sussex disseram: “As nossas investigações não levantaram preocupações sobre as cirurgias em si, mas identificaram temas comuns para melhorias, sobre os quais agimos imediatamente para garantir que os nossos serviços são o mais seguros possível. Entre os pontos de melhoria, os hospitais, que integram o serviço nacional de saúde inglês, apontam "uma melhor comunicação com os doentes antes e depois da cirurgia, uma melhor formação para os cuidados em fim de vida e processos reforçados, especialmente quando os cuidados são transferidos de um local para outro”.