Uma mesquita em construção desabou, na tarde de quarta-feira, e matou um cidadão português, de 38 anos, que estaria a supervisionar o andamento da obra, situada na baixa da cidade de Maputo. No incidente, dois operários moçambicanos também ficaram feridos com gravidade, mas sem risco de vida.
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Deus João Manuel Correia Firmino, que se encontrava na capital moçambicana ao serviço da construtora portuguesa CLA Construções, ficou soterrado, pelas 17 horas de quarta-feira, nos escombros da estrutura de betão que deveria sustentar a cúpula do templo muçulmano. Aquela desabou, aparentemente, por não aguentar a pressão exercida pela máquina de betonagem que procedia ao enchimento da placa, abatendo-se sobre Deus Firmino.
Populares que se encontravam nas imediações, alertados pelo estrondo da derrocada, acorreram à mesquita em construção e ainda tentaram resgatar Deus Firmino, mas a quantidade de entulho não lhes permitiu o ensejo. Quando os bombeiros do Corpo de Salvação Pública chegaram ao estaleiro, na Avenida Josina Machel, perto da Universidade Técnica de Moçambique, já nada puderam fazer pelo cidadão português, cujo óbito foi declarado no local.
Os donos da obra - a Associação Muçulmana de Moçambique -, garantiram, na altura, que todas as regras de segurança tinham sido observadas pelo empreiteiro. Não obstante, o Ministério do Trabalho moçambicano suspendeu, na manhã desta quinta-feira, a licença da empresa responsável pela empreitada, que ficou paralisada, para averiguações. Na altura do incidente, o engenheiro responsável pela obra, o também cidadão português Jorge Silva, encontrava-se ausente na cidade da Beira.
O incidente gerou ainda grande tumulto, que obrigou à intervenção da Polícia da República de Moçambique, por as centenas de populares que se juntaram entretanto no estaleiro insistirem em entrar no templo esventrado, garantindo que haveria mais corpos soterrados. Alegações que, todavia, não se verificaram.