México: Presidente mexicano pediu a Washington para agir contra o tráfico de armas
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México, 17 Fev (Lusa) - O presidente mexicano Felipe Calderon pediu segunda-feira a Washington medidas "firmes" contra o tráfico de armas que entram no seu país provenientes dos Estados Unidos e com destino aos cartéis de droga.
"No interesse comum da luta contra a criminalidade na fronteira comum, o presidente Calderon pediu aos Estados Unidos para tomarem medidas firmes para travar o tráfico de armas do norte para o Sul", indicou um comunicado governamental publicado à saída de um encontro entre Calderon e os congressistas norte-americanos.
Os cartéis mexicanos, cujas actividades causaram mais de 5.300 mortes violentas em 2008, lutam uns com os outros numa guerra mortífera pelo controlo do tráfico de droga e a sua exportação para os Estados Unidos, primeiro cliente mundial da cocaína.
Segundo o México, a maioria das armas sofisticadas na posse destes cartéis provem dos Estados Unidos, a quem o governo de Calderon reclama há muito tempo por uma regulamentação mais severa das vendas, actualmente quase livre.
O governo mexicano anunciou números reveladores: o volume de negócios dos 12.000 armeiros norte-americanos instalados perto da fronteira é superior ao do resto dos 100.000 pontos de venda dos Estados Unidos.
No entanto, Calderon sublinhou "o papel preponderante do Congresso norte-americano na aprovação da Iniciativa de Merida, prova da consciência de uma responsabilidade compartilhada em matéria de segurança".
A Iniciativa de Merida, votada em 2008, prevê em três anos uma ajuda norte-americana à luta contra os cartéis, num montante de 1,4 mil milhões de dólares para o México e 200 milhões para a América central e as Caraíbas.
Segundo o mesmo comunicado, os congressistas americanos cumprimentaram, por seu lado, "os progressos" do governo mexicano "no seu combate contra o crime organizado".
O México anunciou várias detenções de traficantes de alta patente em 2008.
Calderon afirmou que este combate, no qual o México lançou mais de 36.000 militares e polícias no país, "enfraqueceu a estrutura e a organização de grupos criminosos" que efectuam "actos desesperados" contra a acção governamental.
LMP
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