Milhares de pessoas manifestaram-se, este domingo, em Paris para exigir a libertação dos reféns mantidos na Faixa de Gaza.
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Agitando fotografias de reféns, bandeiras francesas e israelitas, assim como faixas, os manifestantes abandonaram a Place de la République ao início da tarde, gritando "Liberdade para os Reféns!".
"Inicialmente, planeámos esta manifestação para assinalar o segundo aniversário do 7 de outubro [de 2023], para lembrar a todos que ainda estão a ser mantidos reféns e para honrar a memória das vítimas", disse à agência noticiosa francesa (AFP) Jean-David Ichay, presidente da associação organizadora All 7 October.
Acompanhando o progresso do plano de paz de Trump, a organização procura "pressionar para que este acordo seja concretizado e para que haja a máxima pressão sobre o Hamas", acrescentou, expressando "uma esperança" que não havia "desde 07 de outubro de 2023".
Atrás de uma grande faixa com as palavras "Estamos à vossa espera", dirigida aos reféns, estiveram presentes na manifestação várias figuras francesas, como o presidente do Conselho Representativo das Instituições Judaicas em França (CRIF), Yonathan Arfi, e o filósofo Raphaël Enthoven.
"Agora temos a sensação de que algo vai acontecer", disse aos jornalistas Ilay David, irmão do refém Evyatar David, que apareceu muito debilitado num vídeo divulgado pelo Hamas em agosto.
"Estamos num momento importante, espero que corra bem", disse Ruth Amiel, tia do refém Elkana Bohbot. Mas "até o termos nos braços, até o abraçarmos, continuaremos à espera e preocupados", acrescentou.
Dois dias antes do segundo aniversário do ataque sem precedentes do Hamas contra Israel, a 7 de outubro de 2023, o movimento islamista palestiniano afirmou hoje o seu desejo de chegar a um acordo para pôr fim à guerra em Gaza e realizar uma troca "imediata" de reféns e prisioneiros com Israel, antes de negociações indiretas no Egito entre as duas partes em conflito.
O ataque de 7 de outubro resultou na morte de 1.219 pessoas do lado israelita, a maioria civis, de acordo com um relatório compilado pela AFP com base em dados oficiais. Das 251 pessoas raptadas nesse dia, 47 continuam reféns em Gaza, 25 das quais morreram, segundo o Exército israelita.
A ofensiva de retaliação israelita fez pelo menos 67.139 mortos em Gaza, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde do Hamas, que a ONU considera credíveis.