O ministro da Justiça turco, Bekir Bozdag, questionou a objetividade dos observadores internacionais que apontaram irregularidades no referendo, levantando a possibilidade de trabalharem para "organizações terroristas".
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"Será que a OSCE fez o seu trabalho ao serviço de organizações terroristas? O relatório preliminar da OSCE não é objetivo", declarou Bekir Bozdag sobre a avaliação realizada pelos observadores da Organização para a Cooperação e Segurança na Europa, que a Turquia integra.
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Tanto os observadores da OSCE, como os da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa consideraram que a consulta, em que foi aprovado o reforço dos poderes do presidente Recep Tayyip Erdogan, não respeitou os padrões democráticos e que se registaram irregularidades na contagem dos votos.
"Por favor, verifiquem a relação que existe entre os observadores enviados à Turquia e o DHKP-C, FETO e outras organizações terroristas", insistiu o ministro turco da Justiça, numa referência a um grupo ilegal de extrema-esquerda e ao movimento do clérigo islamita Fethullah Gulen, à qual é atribuída a tentativa de golpe de Estado de julho na Turquia.
A agência semi-estatal Anadolu assegurou que um dos observadores do Conselho da Europa, o deputado dinamarquês Nikolaj Villumsen, participou em 2014 numa campanha de recolha de fundos para o YPG, milícia curda da Síria, que o Governo turco considera um grupo terrorista emanado do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
O "Sim" ao reforço dos poderes do presidente turco venceu o referendo de domingo com 51,4%, de acordo com uma contagem provisória divulgada pelos 'media' oficiais turcos.
A oposição turca denunciou "manipulações" no escrutínio e contestou a decisão do conselho eleitoral de considerar como válidos os boletins de voto não marcados com o selo oficial, mas o seu recurso para anulação dos resultados da consulta foi rejeitado pelas autoridades eleitorais.