O antigo presidente dos EUA Jimmy Carter morreu este domingo, aos 100 anos, em casa, no estado da Geórgia, confirmou o filho James E. Carter III, conhecido como "Chip", ao jornal "The Washington Post".
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Eleito para a Casa Branca em 1976, derrotando o então presidente Gerald Ford por uma margem de votos tangencial e numa América ainda marcada pelo escândalo "Watergate", que forçou o chefe de Estado Richard Nixon a demitir-se, Carter assumiu o cargo de 39.º presidente dos Estados Unidos apenas durante quatro anos. Governou com uma forte maioria democrata no Congresso, mas num país que se estava a tornar cada vez mais conservador.
O antigo presidente, que chegou a vencer o Prémio Nobel da Paz (2002), foi diagnosticado com cancro de pele há quase uma década e estava a receber cuidados paliativos desde fevereiro de 2023, depois de a doença ter chegado a outros órgãos. Era o mais velho presidente norte-americano ainda vivo.
Rosalynn Carter, a mulher do chefe de Estado, morreu em 2023, aos 96 anos, na sequência de uma prolongada demência e muitos meses de deterioração do estado da saúde. Casaram a 7 de julho de 1946 e Jimmy Carter gostava de dizer que a esposa era "mais política" do que ele, descrição que ela não contestava. A última aparição pública de Carter foi no funeral da mulher, onde permaneceu na primeira fila, numa cadeira de rodas.
Após a derrota nas eleições em 1980, que o conservador da época Ronald Reagan venceu, o casal criou o Carter Center em Atlanta, um centro global para defender os direitos humanos, a democracia e a saúde pública. Ao contrário de muitas primeiras-damas, Rosalynn participou em reuniões do gabinete presidencial, falou sobre questões controversas e representou o marido em viagens ao exterior.
Jimmy Carter saiu da Casa Branca com a sua popularidade em queda, numa altura fortemente marcada pela estagnação da economia, inflação e desemprego altos. "Estagflação" foi o termo utilizado pelos críticos para descreverem os efeitos das políticas do democrata, que votou nas últimas eleições presidenciais norte-americanas, realizadas a 5 de novembro.
Homenagens em Washington e no estado da Geórgia
O ex-presidente será homenageado em cerimónias públicas em Washington e na Georgia, o seu estado de origem, informou a organização Carter Center.
A organização humanitária não-governamental fundada por Carter não deu pormenores sobre as datas destas homenagens. Segundo a organização, será enterrado em Plains, no estado da Geórgia, onde morreu rodeado pela família.
O atual presidente norte-americano, Joe Biden, anunciou que deu instruções para que se realize um funeral de Estado para Carter em Washington.