Moscovo apelou à Organização para a Segurança e Cooperação na Europa para enviar observadores ao referendo, no domingo, sobre a união da região ucraniana da Crimeia à Rússia.
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"O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo apela à direção da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), aos Estados membros do Gabinete das Instituições Democráticas e dos Direitos Humanos para rejeitarem a política dos 'dois pesos, duas medidas' e considerarem de modo positivo o convite das autoridades da Crimeia para participarem na observação do referendo", indicou o ministério num comunicado.
O presidente em exercício da OSCE, Didier Burkhalter, que é de nacionalidade suíça, considerou na terça-feira que o referendo previsto para domingo na Crimeia "é ilegal".
O responsável considerou igualmente não existirem condições para a OSCE enviar uma missão de observação ao referendo, afirmando que "um convite do Estado membro em causa (Ucrânia) constitui uma condição prévia a qualquer atividade de observação".
O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo declarou-se "desapontado" com as declarações de Didier Burkhalter.
"Lamentamos também que a presidência suíça se tenha pronunciado sobre o referendo na Crimeia, mas fique em silêncio sobre a questão da legalidade do golpe de Estado na Ucrânia, do atual regime em Kiev e dos atos deste último", adiantou.
O OSCE enviou na semana passada uma missão com cerca de 50 observadores civis e militares à Crimeia, que, por três vezes, foram impedidos por homens armados de entrar no território.
O referendo convocado pelo parlamento da Crimeia servirá para perguntar aos eleitores se pretendem que a província passe a fazer parte da Federação Russa ou tenha uma autonomia mais alargada em relação à Ucrânia.