Centenas de imigrantes estão desaparecidos - teme-se que estejam mortos - no mar Mediterrâneo, depois de a traineira onde viajavam com destino a Itália ter naufragado a 17 milhas da costa da Líbia. Um navio português foi o primeiro a chegar ao local, depois de um pedido de ajuda.
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Foi um navio mercante português, o King Jacob, o primeiro a chegar ao local, depois de ter sido lançado um sinal de emergência. A embarcação nacional salvou 28 pessoas, mas a agitação provocada pela chegada de ajuda terá provocado o naufrágio da traineira com 700 migrantes a bordo, revela a agência italiana de notícias ANSA.
Ao navio português foi pedido que se desviasse da rota e que ajudasse a embarcação, mas as pessoas a bordo da traineira, que tinha acabado de sair de águas líbias vinda Egito, juntaram-se no mesmo lado da embarcação para chegar ao navio mercante e acabaram por fazer virar o barco.
No total, 30 navios e três helicópteros prestam socorro no local, que se situa a 210 km da costa de Lampedusa, em Itália.
Maior tragédia
Carlotta Sami, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) disse ao canal Skytg24 que apenas foram salvas 28 pessoas. Segundo a mesma responsável, os náufragos afirmam que se encontravam pelo menos 700 pessoas a bordo da embarcação que naufragou a 60 milhas da costa da Líbia.
Entretanto, Joseph Muscat, primeiro-ministro de Malta disse que receia que o número de mortos pode ser elevado e que as equipas de socorro continuam à procura de sobreviventes entre os mortos que flutuam no mar.
"Eles estão a tentar encontrar sobreviventes entres os mortos que flutuam na água. Esta pode ser, provavelmente, a maior tragédia no Mediterrâneo", disse Muscat.
"Morreram crianças, homens e mulheres", acrescentou.
Navio português
Segundo o porta-voz da Marinha Portuguesa, o navio com bandeira portuguesa encontrava-se a navegar na zona do naufrágio, tendo sido contactado pelo Centro Coordenador de Buscas e Salvamento Marítimos (MRCC) de Itália para prestar assistência, uma obrigações que todos os navios têm quando existe situações graves.
O comandante Paulo Vicente disse que o navio com bandeira portuguesa participa nas operações de buscas e salvamento, juntamente com 30 navios e três helicópteros. O navio tem bandeira portuguesa, mas a Marinha desconhece se os tripulantes têm nacionalidade portuguesa.