"Navios não identificados" aproximaram-se de flotilha que já está em zona de risco
A Flotilha Global Sumud emitiu um alerta esta madrugada a informar que tinha entrado na "zona de risco elevado", área em águas internacionais, e que navios não identificados se tinham aproximado de vários barcos.
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A organização da ação humanitária, que pretende chegar a Gaza, explicou, no Telegram, que foram acionados "protocolos de segurança em preparação para uma interceção", mas, entretanto, "as embarcações abandonaram a flotilha".
O grupo reportou também um "aumento da atividade de 'drones'". Composta por mais de 50 embarcações, a flotilha encontrava-se a cerca de 150 milhas náuticas (240 quilómetros) da costa da Faixa de Gaza.
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A Marinha israelita já disse estar pronta para intercetar os ativistas. Fontes militares indicaram à estação pública israelita Kan que a Marinha israelita planeia transferir os ativistas para um grande navio militar e rebocar as embarcações para o porto de Ashdod, com a possibilidade de algumas serem afundadas no mar.
Israel tem reiterado que não permitirá a entrada da flotilha nas águas de Gaza, mantendo o bloqueio imposto ao enclave palestiniano.
Durante o dia de terça-feira, responsáveis da Flotilha Global Sumud garantiram que a missão humanitária não iria parar, apesar dos apelos.
O Governo reiterou na terça-feira o apelo aos ativistas portugueses a bordo da flotilha que pretende levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza para que se mantenham em águas internacionais, alertando para "riscos muito sérios".
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"Dada a informação disponível sobre a localização atual da flotilha, fazemos um novo apelo a que não deixem as águas internacionais; sair desse espaço comporta riscos muito sérios de que estarão decerto cientes", escreveu o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, à líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, à atriz Sofia Aparício e ao ativista Miguel Duarte.
Na mensagem, a que a agência Lusa teve acesso, o chefe da diplomacia portuguesa recorda que as fragatas italianas que se disponibilizam para prestar ajuda consular e humanitária não sairão das águas internacionais.
"Sem pôr em causa o respeito pela autonomia individual, deixamos este novo apelo e recordamos que há disponibilidade efetiva para fazer chegar a ajuda humanitária que transportam a Gaza através de Chipre", insistiu o Governo.
Esta proposta, avançada por Itália e que teria a colaboração da Igreja Católica, já foi rejeitada pelos ativistas, que afirmam querer romper o bloqueio israelita ao enclave palestiniano.
Na mesma mensagem, Rangel refere que as autoridades italianas "têm reiterado este pedido para que não se deixe esse domínio marítimo internacional".
"A proteção que nos asseguraram só pode ser dada nesse espaço", sublinhou.