O primeiro-ministro israelita está oficialmente à espera de Donald Trump na Casa Branca para aceitar ouvir terceiros na questão palestiniana.
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Benjamin Netanyahu afirmou-o esta quinta-feira com clareza, menosprezando a conferência de paz que reúne mais de 70 países em Paris no próximo domingo.
Além de negar deslocar-se para se inteirar das conclusões da reunião promovida pelo Governo francês (ao contrário do palestiniano Mahmud Abbas), Netanyahu denuncia uma "conferência urdida" por palestinianos e franceses para "aprovar medidas anti-Israel". Receia ver uma declaração de Paris chegar a Nova Iorque e transformar-se em resolução da ONU antes de 20 de janeiro - dia da tomada de posse de Trump.
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A ira de Israel ampliou-se com a resolução que em dezembro condenou os colonatos em território palestiniano. A conferência de domingo, avisa, "faz regredir a paz" e "não vai obrigar" Telavive. "É uma relíquia do passado, é um último suspiro do passado antes de o futuro se estabelecer", disse Netanyahu. Futuro significa Trump, manifestamente mais pró-israelita do que Obama.
Apaziguador, o presidente francês fez questão de esclarecer que de Paris não sairá uma solução final: "A paz só se fará entre israelitas e palestinianos e mais ninguém", disse François Hollande. O objetivo de Paris é insuflar algum oxigénio nos moribundos acordos de Oslo (1993) e reafirmar o apoio internacional à solução de dois estados - essa que os EUA quiseram proteger não vetando a resolução que condenou os colonatos israelitas. E em que o presidente Obama insistiu ainda esta semana.
Um projeto de declaração de Paris citado pela Reuters diz que se pretende "rejeitar vozes que negam esta solução". Como a de Trump, que quer transferir a Embaixada dos EUA de Telavive para Jerusalém e escolheu para embaixador um defensor dos colonatos.