Novo desaparecimento no governo chinês: ministro não é visto há quase três semanas
O ministro da Defesa chinês, Li Shangfu, não é visto em público há quase três semanas. As autoridades norte-americanas acreditam que está sob investigação.
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O governante chinês foi visto pela última vez em 29 de agosto, altura em que fez um discurso no fórum de paz e segurança China-África. A sua última viagem ao estrangeiro foi a Moscovo e Minsk, em meados de agosto, onde se encontrou com responsáveis russos à margem de uma conferência de segurança, e com o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko.
De acordo com a agência Reuters, Li Shangfu cancelou uma reunião com autoridades de defesa do Vietname na semana passada. Segundo duas autoridades vietnamitas, Pequim adiou a reunião anual.
Rahm Emanuel, o embaixador dos EUA no Japão, escreveu, esta sexta-feira, no X (anteriomente conhecido como Twitter), que Li não compareceu a uma reunião com o chefe da Marinha de Singapura porque foi “colocado em prisão domiciliária”.
Li foi nomeado ministro da Defesa em março de 2023, depois de alguns meses como o membro de maior superioridade hierárquica da comissão militar central, que supervisiona as forças armadas. Em 2018, como diretor do departamento de desenvolvimento de equipamento militar, foi sancionado pelos EUA pela compra de equipamento militar russo. O nome de Li ainda consta no portal do ministério da Defesa e há menções recentes ao ministro nas redes sociais do país asiático.
EUA acreditam que ministro está a ser investigado
O governo dos EUA acredita que Li Shangfu está sob investigação de Pequim e foi dispensado das suas funções, avança o "Financial Times". Porém, não se sabe o que levou a administração do presidente Joe Biden a chegar a estas conclusões.
Em declarações à AFP, uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês disse que “não estava ciente da situação”.
Outros casos semelhantes
A ausência do ministro da Defesa chinês é o mais recente sinal de potencial turbulência em Pequim. Em julho, o ministro das Relações Exteriores chinês, Qin Gang, desapareceu inexplicavelmente e foi deposto do cargo.
A China também substituiu a liderança da sua Força de Foguetes, a unidade militar que supervisiona o seu arsenal nuclear, em julho. O antigo comandante Li Yuchao não foi visto em público durante semanas antes da mudança e a agência de notícias estatal Xinhua não deu nenhuma explicação para a sua remoção.