O novo rei da Arábia Saudita, Salman ibn Abdulaziz al Saud, nomeou, esta sexta-feira, por decreto, o príncipe Mohammed bin Nayef futuro príncipe herdeiro e um dos filhos, Mohammed bin Salman, ministro da Defesa.
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O príncipe Mohammed bin Nayef, de 55 anos, era ministro do Interior e é considerado o campeão da luta contra a rede terrorista Al-Qaida, tendo sido alvo de uma tentativa de assassínio em 2009.
Esta nomeação faz de Mohammed bin Nayef o terceiro na hierarquia do reino, a seguir ao novo rei Salmn e do príncipe herdeiro Moqren, seus tios, e marca a entrada da segunda geração de príncipes - os netos do rei Abdulaziz, fundador do reino saudita - na linha de sucessão.
Salman, de 79 anos, herdou o trono e o irmão Moqren bin Abdulaziz al Saud passa a ser o novo príncipe herdeiro, indicou a Casa Real.
Até agora, apenas os filhos do fundador da dinastia saudita ocuparam o trono.
O novo ministro da Defesa vai também dirigir o Tribunal real, depois de ter chefiado o gabinete do pai, enquanto este foi o príncipe herdeiro.
O rei Abdullah da Arábia Saudita morreu pelas 1 hora local (22 horas de quinta-feira em Portugal Continental), depois de ter sido internado com pneumonia, de acordo com um comunicado da casa real saudita.
Perante a crescente influência dos movimentos extremistas, o rei Abdullah exerceu forte influência na política regional.
O Irão xiita apresentou já as condolências ao povo e ao governo sauditas pela morte do rei Abdallah, e anunciou que o ministro dos Negócios Estrangeiros, Javad Zarif, iria a Riad, para assistir a uma cerimónia oficial, sem pormenores.
A monarquia sunita e o regime islâmico xiita desenvolveram, nos últimos meses, uma tímida aproximação, após vários anos de tensões, alimentadas pela guerra na Síria, onde o Irão é o principal aliado de Al-Assad, enquanto Riad apoia os rebeldes.
Desde a eleição, em junho de 2013, do presidente iraniano moderado, Hassan Rohani, Teerão deu início a uma série de iniciativas diplomáticas dirigidas à Arábia Saudita. A queda dos preços do petróleo (menos 50% desde junh), e a oposição dos dirigentes sauditas a uma descida do nível de produção petrolífera nos países da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), à qual também pertence o Irão, travaram ligeiramente estes esforços.
O Irão foi um dos países mais atingidos por esta queda drástica dos preços do petróleo, que registaram uma apreciação depois do anúncio da morte de Abdullah, sexto rei da Arábia Saudita.
As cerimónias fúnebres decorrem hoje, após as orações da tarde, indicou a mesma declaração oficial.