O presidente norte-americano, Barack Obama, ordenou, esta quinta-feira, restrições à obtenção de vistos e a possibilidade de congelamento de bens a altos funcionários russos e ucranianos que ameaçam a soberania e integridade territorial da Ucrânia.
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"O Departamento de Estado instaura, hoje, restrições de vistos para um determinado número de responsáveis e indivíduos, refletindo assim uma decisão política" que visa recusar vistos àqueles que ameaçam a soberania da Ucrânia, explicou um executivo americano.
A Casa Branca não refere, contudo, o número de pessoas em causa, nem a sua identidade. Fonte oficial americana esclareceu, no entanto, que a lista inclui responsáveis ucranianos e russos.
Por outro lado, o presidente Barack Obama assinou um decreto que autoriza o congelamento de bens de indivíduos ou entidades cujas atividades "minam o processo democrático e as instituições na Ucrânia" e "ameaçam a paz, segurança e estabilidade".
Estas ações constituem mais uma forma de Washington acentuar a pressão sobre Moscovo, que acusa de ter violado as leis internacionais, mais concretamente a Carta das Nações Unidas e o acordo militar de 1997 com a Ucrânia.
O decreto assinado por Obama "é uma ferramenta flexível, que nos vai permitir sancionar aqueles que estão mais diretamente implicados na desestabilização da Ucrânia, incluindo a intervenção na Crimeia", sublinhou a Casa Branca.
Depois de um banho de sangue e a fuga para a Rússia do presidente Viktor Ianoukovitch, a crise na Ucrânia transformou-se numa confrontação inédita depois do fim da Guerra fria entre Moscovo e os países ocidentais.
As negociações diplomáticas continuam, mas encontram-se, no momento, num impasse. O ministro russo dos Negócios Estrangeiros Sergei Lavrov afirmou, esta quinta-feira, que "não há acordo sobre a Ucrânia" depois de se ter encontrado em Roma com o seu homólogo americano John Kerry.
O Departamento de Defesa norte-americano (Pentágono) anunciou, na segunda-feira, a suspensão de "todas as ligações militares" entre Washington e Moscovo, após a intervenção russa na república autónoma ucraniana da Crimeia (sul da Ucrânia).
A tensão na região acentuou-se nos últimos dias com a decisão do Senado russo de autorizar o envio de tropas para a república autónoma da Crimeia, no sul da Ucrânia, território de maioria russófona e estratégico para Moscovo, que ali tem a base da sua frota do Mar Negro.
A decisão foi tomada em nome da proteção dos cidadãos e soldados russos, depois de o governo autónomo ter rejeitado o novo Governo da Ucrânia, formado pelos três principais partidos da oposição ao Presidente ucraniano, Viktor Ianukovich, atualmente exilado na Rússia.