
Pelo menos 19 pessoas morreram e 105 ficaram feridas nos ataques russos a várias cidades ucranianas
Dimitar DILKOFF / AFP
Os bombardeamentos russos de várias cidades na Ucrânia, na segunda-feira, "podem ter violado" as leis da guerra e equivaler a crimes de guerra se "foram intencionalmente visados" alvos civis, declarou esta terça-feira a ONU.
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"Pedimos à Rússia que se contenha perante qualquer escalada" de violência, disse a porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), Ravina Shamdasani, numa conferência na sede da ONU em Genebra.
A organização considera particularmente inquietante os alvos atingidos - alvos civis - bem como o momento escolhido para bombardear os alvos na Ucrânia, em horas de grande movimento de pessoas nas ruas.
O gabinete de direitos humanos da ONU confirmou esta terça-feira que pelo menos 12 pessoas foram mortas e mais de uma centena feridas nos bombardeamentos russos de segunda-feira em cidades ucranianas, sublinhando que muitos dos projéteis visaram alvos civis, o que viola o direito internacional.
As autoridades ucranianas avançaram números mais elevados de vítimas, com 19 mortos e 105 feridos.
A porta-voz disse que os ataques a Kiev, Dnipropetrovsk, Zaporijia, Sumy e outras áreas causaram danos em pelo menos 12 infraestruturas energéticas e algumas foram destruídas, outra indicação de ataques deliberados a alvos civis.
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"Estes ataques, com o inverno à porta, levantam preocupações sobre a segurança de civis e populações vulneráveis", alertou Shamdasani, que sublinhou que tornar alvos as infraestruturas indispensáveis à sobrevivência da população "é proibido pelo direito humanitário internacional".
"Exortamos a Federação Russa a abster-se de uma nova escalada no conflito e a pedimos que tome todas as medidas necessárias para evitar baixas civis e danos em infraestruturas não militares", concluiu a porta-voz.
Mísseis, foguetes e drones russos caíram sobre a Ucrânia em retaliação pelo ataque, "terrorista", segundo o Presidente russo, Vladimir Putin, que destruiu parcialmente a ponte que liga a Rússia à península da Crimeia, anexada em 2014.
