O Conselho de Segurança da ONU aprovou, esta quinta-feira, por unanimidade, o envio de cerca de 12 mil "capacetes azuis" para a República Centro-Africana, país devastado por uma vaga de violência há mais de um ano.
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A resolução, apresentada pela França, autoriza o destacamento de cerca de 10 mil militares e 1800 agentes de polícia para a antiga colónia francesa, onde a violência intercomunitária e interreligiosa, entre milícias cristãs e rebeldes muçulmanos, já matou milhares de pessoas desde 2013.
Os cerca de 12 mil "capacetes azuis" vão formar a "MINUSCA" (Missão Multidimensional integrada de estabilização da ONU para a RCA).
Atualmente no território centro-africano estão dois mil militares franceses e seis mil elementos da força internacional da União Africana (MISCA).
A "transferência de autoridade" entre a MINUSCA e a MISCA, ou seja, o estabelecimento efetivo dos "capacetes azuis", está fixada para 15 de setembro, e o mandato inicial desta nova missão está previsto até 30 de abril de 2015.
A União Europeia (UE) também aprovou o envio de 800 elementos para o território centro-africano, incluindo agentes da polícia militarizada francesa que começaram a patrulhar na quarta-feira a capital centro-africana, Bangui.
É esperado que a força europeia, designada como "EUFOR RCA", esteja totalmente operacional em finais de maio.
A participação portuguesa na missão europeia, que conta com o contributo de 13 países, prevê o envio de um C-130 da Força Aérea e de 47 militares.
A resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas também autoriza os soldados franceses a "usarem de todos os meios necessários" para dar apoio à missão da ONU, cujas prioridades passam pela proteção de civis e das colunas de ajuda humanitária, manter a ordem pública, apoiar a transição política e promover o respeito pelos direitos humanos.
A RCA, país com 4,5 milhões de habitantes, entrou numa espiral de violência intercomunitária e interreligiosa desde o golpe de Estado de março de 2013 realizado pela coligação rebelde Séléka, dirigida por Michel Djotodia e com origem na minoria muçulmana, que afastou do poder o Presidente François Bozizé.