O líder do Partido Socialista Operário Espanhol, Alfredo Rubalcaba, está a negociar com os responsáveis dos restantes partidos da oposição um pedido conjunto ao primeiro-ministro, Mariano Rajoy, exigindo responsabilidades sobre o denominado caso Bárcenas.
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Fontes socialistas confirmaram à agência espanhola Efe que Rubalcaba falou com os porta-vozes da CiU, IU, PNV, UPyD para estudar alternativas à situação de "bloqueio político" criado pela alegada "conivência" do chefe de Governo com o ex-tesoureiro do PP, Luís Bárcenas.
A vice-secretária-adjunta do PSOE, Elena Valenciano, já explicou, esta segunda-feira de manhã que, embora o PP tenha uma maioria absoluta, a união de todos os partidos da oposição tem "muitas possibilidades" de acabar por causar a demissão de Rajoy.
Rubacalba já anunciou também a rutura de relações institucionais com o PP e pediu a demissão imediata de Rajoy por "convivência com um delinquente".
A continuação de Rajoy em funções provoca uma "deterioração da democracia" num país que tem instituições em causa e transmite uma "total falta de credibilidade de Espanha", acrescentou o líder do PSOE.
O ex-tesoureiro do PP espanhol afirmou, esta segunda-feira, perante um juiz que em 2010 entregou 25.000 euros da chamada contabilidade paralela do partido a Mariano Rajoy e outros 25.000 euros à secretária-geral.
As fontes, citadas pela agência EFE, indicaram que Luis Bárcenas disse perante um juiz ter feito as entregas pessoalmente, em março de 2010, em notas de 500 euros metidas em envelopes castanhos, e, no caso da secretária-geral, María Dolores de Cospedal, que a entrega foi feita no gabinete dela na sede do partido.
Mariano Rajoy, primeiro-ministro de Espanha desde 2011 e líder do PP desde 2004, foi envolvido por Luis Bárcenas num escândalo de pagamentos irregulares a dirigentes do partido e de donativos ilegais de empresários em troca de contratos de adjudicação.
Esses pagamentos não eram incluídos na contabilidade oficial, disse, porque ultrapassavam o limite legal ou porque eram feitos por empresas contratadas pelo Estado que, como tal, estavam legalmente impedidas de fazer donativos ao partido.