As autoridades venezuelanas emitiram um mandado de detenção por Guillermo Zuloada Núñez, presidente da Globovisión, uma estação de televisão crítica do regime do presidente Hugo Chávez.
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O mandado de detenção, segundo a Procuradora-geral da República Bolivariana da Venezuela, Luísa Ortega Díaz, abrange ainda o seu filho, Guillermo Zuloada Siso.
Num comunicado, o Ministério Público venezuelano explicou que ambos foram "acusados pelo armazenamento irregular de 24 viaturas localizadas durante uma rusga realizada a 21 de Maio de 2009, numa quinta propriedade do empresário", relacionada com os stands Toyosan e Toyoclub.
Guillermo Zuloada Núñez e Guillermo Zuloada Siso podem incorrer numa pena de dois a cinco anos de prisão.
A Globovisión divulgou imagens do momento em que oficiais do Serviço Bolivariano de Inteligência efectuaram uma rusga à residência à procura dos acusados.
Segundo a advogada, Perla Jaimes, os oficiais não tinham competência para entrar na casa mas foram autorizados a fazê-lo.
A 3 de Junho, o presidente Chávez disse, num discurso televisivo, que Guillermo Zuloaga (pai) era "o típico burguês especulador" e que a Globovisión era a "ponta de lança da burguesia", advertindo: "vamos ver quem aguenta mais".
Nesse mesmo dia recordou que Zuloaga enfrenta um outro processo judicial por alegadamente ter acusado o Chefe de Estado de "mandar matar as (19) vítimas de 11 de Abril (de 2002, altura em que Hugo Chávez foi afastado temporariamente do poder)", em Aruba, durante uma reunião da Sociedade Inter-americana de Imprensa, em Março último.
"O sistema deveria pôr as coisas no seu lugar", sentenciou Hugo Chávez.
A 25 de Março, Guillermo Zuloada Núñez, foi detido durante algumas horas num aeroporto venezuelano, quando se preparava para viajar para Bonaire num avião particular, após o que lhe foi proibida a saída do país.