Com Kiev cada vez mais ameaçada pelas tropas russas, Putin a querer instaurar um novo Governo na Ucrânia e a Europa a impor mais sanções a Moscovo, o número de baixas vai aumentando: pelo menos 137 ucranianos morreram no primeiro dia da invasão russa e mais de 160 ficaram feridos. Eis os principais pontos a destacar neste segundo dia da ofensiva russa contra a Ucrânia.
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- Vários incidentes durante a madrugada: Kiev, a capital da Ucrânia, foi atingida por dois mísseis, enquanto as tropas russas cercavam a cidade; uma aeronave russa foi abatida sobre o distrito de Darnytskyi, provocando um incêndio em pelo menos um edifício; e o posto de controlo fronteiriço de Zaporizhzhya, no sudeste do país, também foi atingido por um míssil russo, provocando um número indeterminado de mortos e feridos.
- De acordo com um balanço das Nações Unidas, mais de 50 mil ucranianos saíram do país em 48 horas. E vários milhares saíram de suas casas, procurando refúgio nas estações de metro de Kiev e outras cidades, onde homens, mulheres, idosos, crianças e jovens se juntaram para passarem a noite.
- O Exército russo voltou a reivindicar o controlo do aeroporto militar Antonov, em Gostomel, nos arredores de Kiev e o bloqueio da capital ucraniana, isolando a cidade da região ocidental.
- Depois de as tropas russas terem chegado a Oblon, zona residencial da capital, onde foram filmados tanques a circular nas ruas, o ministério da Defesa da Ucrânia apelou aos cidadãos que fizessem cocktails molotov para "neutralizar o inimigo".
- Kiev garantiu que militares ucranianos estão a defender as fronteiras em quatro frentes, apesar de estarem em inferioridade numérica, e que estão prontos para contra-atacar graças ao armamento cedido pelos aliados.
- A agência nuclear da Ucrânia e o Parlamento do país revelaram que os níveis de radiação aumentaram na zona da extinta central nuclear de Chernobyl, tomada pelas forças russas. "Por causa da ocupação e das hostilidades, atualmente é impossível estabelecer as causas", indicaram as autoridades ucranianas. Por outro lado, o Exército russo disse que a radiação "está dentro dos níveis normais" e que os funcionários da central continuam no local.
- O porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, disse que o Kremlin está pronto para enviar uma delegação a Minsk, capital da Bielorrússia (aliada de Putin), para conversar com uma delegação da Ucrânia. Kiev respondeu que está a "considerar a proposta". Antes, um assessor do gabinete presidencial ucraniano já tinha dito à Reuters que o país quer paz e está preparado para conversar com a Rússia.
- Por outro lado, Vladimir Putin apelou às tropas ucranianas que se voltem contra o próprio Governo: "Parece-me mais fácil chegarmos a um acordo com vocês [soldados] do que com aqueles neonazis viciados em droga de Kiev". E Sergei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, garantiu que "a Ucrânia vai ter um governo novo".
- Num discurso televisivo dirigido à nação, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, elogiou o "heroísmo" de quem está a resistir à invasão russa, que comparou à ofensiva dos nazis, em 1941. E apelou à Rússia que se sente à mesa com a Ucrânia para pôr fim aos combates, denunciando que Moscovo está também a visar áreas civis. Acusou ainda a Europa de ter reagido com lentidão na ajuda a Kiev e apelou a uma intervenção mais assertiva do continente.
- O Conselho Europeu deu luz verde a mais sanções à Rússia, para os setores financeiro, energético, de transportes, de exportações e de política de vistos (que abrangem por exemplo membros do Conselho de Segurança Nacional russo e responsáveis bielorrussos), bem como o corte a depósitos acima de 100 mil euros em bancos europeus, visando a elite russa. Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Austrália, Japão e outros países também avançaram com mais sanções.
- O Conselho da Europa suspendeu a Rússia "com efeitos imediatos" dos seus direitos de representação no Comité de Ministros e na Assembleia Parlamentar.
- A UEFA anunciou que a final da Liga dos Campeões de futebol, que iria ser disputada em São Petersburgo, na Rússia, vai mudar para Paris. O Grande Prémio de Fórmula 1 na Rússia também foi cancelado.
- O conhecido grupo de hackers "Anonymous" declarou guerra cibernética ao Governo russo: já atacou o site do ministério da Defesa e a televisão estatal RT News.
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