Países da UE dão aval final a sanções à Rússia após reconhecimento de separatistas
Os embaixadores dos Estados-membros junto da União Europeia (UE) deram o aval final à lista de sanções europeias à Rússia, após o reconhecimento russo de territórios separatistas no leste ucraniano, anunciou a presidência francesa do Conselho.
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"Acordo no COREPER II [Comité de Representantes Permanentes dos Governos dos Estados-Membros da União Europeia] sobre as propostas legais de sanções apresentadas pelo Alto Representante e pela Comissão Europeia", informou a presidência francesa do Conselho da UE, numa publicação na rede social Twitter.
De acordo com a presidência francesa, as "verificações técnicas e legais" serão agora feitas durante a noite, estando prevista para quarta-feira de manhã a "adoção formal e publicação no Jornal Oficial da UE durante esse dia".
"As sanções têm aplicação imediata após a publicação no Jornal Oficial da UE", conclui a presidência francesa do Conselho.
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Horas antes, o chefe da diplomacia da União Europeia anunciou a aprovação, por unanimidade entre os 27 Estados-membros, de um pacote de sanções à Rússia, visando "atingir, e muito" as autoridades russas.
"Devido a esta situação, hoje, os países europeus deram uma resposta rápida [...] e chegaram a um acordo unânime entre os 27 Estados-membros para adotar um pacote de sanções que apresentei ao Conselho após longas horas de negociações", anunciou Josep Borrell.
Falando em conferência de imprensa em Paris, após uma reunião informal convocada de urgência dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União, Borrell vincou que "este é um momento particularmente perigoso para a Europa".
Reino Unido e França vão articular sanções à Rússia
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e o Presidente francês, Emmanuel Macron, vão continuar a "trabalhar em conjunto" para aplicar sanções a interesses russos, na sequência do reconhecimento pela Rússia das autoproclamadas "repúblicas" do Donbass, divulgou Downing Street. Os dois governantes mantiveram hoje uma conversa telefónica na qual o chefe de governo britânico informou Emmanuel Macron sobre as sanções do Reino Unido à Rússia.
"Os líderes concordaram com a necessidade de continuarem a trabalhar juntos para atingir indivíduos e entidades russas que financiam a abordagem agressiva do presidente Putin na Ucrânia", revelou o gabinete do primeiro-ministro do Reino Unido (Downing Street) em comunicado.
Boris Johnson assinalou ainda que o reconhecimento como independentes, por Vladimir Putin, dos territórios ucranianos separatistas pró-russos de Donetsk e Lugansk, na região ucraniana de Donbass, constitui "uma grave violação do direito internacional" e que, ao enviar tropas para o leste do país, "rasgou os acordos de Budapeste e Minsk". Para os dois líderes, "as ações da Rússia não ameaçam apenas a soberania da Ucrânia, mas também são um ataque flagrante à liberdade e à democracia".