A União Europeia vai comprar à Pfizer mais 1,8 mil milhões de doses de vacinas que, depois, cada país poderá utilizar como entender: imunizar os seus cidadãos, oferecer a outros países ou revender.
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As vacinas deverão ser entregues em 2022 e em 2023. "1,8 mil milhões de doses é muito. Já está no contrato a possibilidade de os Estados-Membro doarem ou revenderem", admitiu Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, no final da Cimeira Social, que decorreu esta sexta-feira e sábado, no Porto.
A vacina da Pfizer e da BioNTech prevê duas doses, pelo que só este contrato permitirá inocular 900 milhões de pessoas, muito mais do que 446 milhões de habitantes da União Europeia. Mas Ursula von der Leyen invocou o princípio da segurança para justificar o volume da compra: "investimos agora contra um potencial risco futuro".
Em concreto, elencou a necessidade de vacinar as crianças e jovens e as incógnitas em torno da duração da imunidade dada pelas vacinas e da sua eficácia contra as variantes que estão a surgir.
Tal como o JN já tinha noticiado, a presidente da Comissão Europeia voltou a exortar países como os Estados Unidos da América e Inglaterra a seguir o exemplo europeu e exportar ou doar vacinas e seus componentes. Essa será a forma de, a curto e médio prazo, assegurar que a população mundial é vacinada rapidamente, a par do aumento da capacidade de produção.
É o que a Europa está a fazer no Senegal e num outro país, não nomeado, do Sul do continente africano: investir com parceiros locais e farmacêutica em formação de técnicos e em laboratórios capazes de produzir vacinas. São estas as alternativas à possível suspensão das patentes, que os Estados Unidos puseram em cima da mesa e que, inicialmente, teve o acordo da França. Este sábado, Emmanuel Macron recuou e disse ser necessário estudar um quadro jurídico que permita "a transferência de tecnologia sem fragilizar a inovação", disse, citado pela Lusa.