A pandemia de covid-19 agrava-se no leste da Europa, com a Roménia a tornar-se o país da UE com maior mortalidade, a Ucrânia a atingir recordes de infeções e a Letónia a decretar novo confinamento.
Corpo do artigo
A Letónia decretou, esta quinta-feira, um novo confinamento geral, durante quase um mês, encerrando lojas não essenciais, cinemas, teatros e cabeleireiros, na tentativa de reduzir o pior índice de infeções no mundo, com 1406 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias.
Os vizinhos bálticos, Lituânia e Estónia, seguem-se neste "ranking", com 1221 e 1126 casos, respetivamente, revelando um agravamento da crise pandémica no leste da Europa.
O confinamento vai durar até 15 de novembro e incluirá recolher obrigatório entre as 20 horas e as 5 horas, obrigando os restaurantes a regime exclusivo de entregas e com as empresas a ficar em teletrabalho.
As escolas também mudarão para o ensino à distância, com exceção das crianças no jardim-de-infância e nos primeiros três anos do ensino básico.
As autoridades romenas anunciaram mais 448 mortes com covid-19 nas últimas 24 horas, fazendo da Roménia o país que apresenta a maior mortalidade em toda a União Europeia (UE), de acordo com dados do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças.
Nos últimos 14 dias, a Roménia registou uma taxa de mortalidade de 225 mortes por milhão de habitantes.
O país com mais mortes em relação à população foi até agora a Bulgária, que apresenta uma taxa de 177 mortes por milhão de habitantes.
Com menos de 30% da população vacinada, a Roménia é o segundo país da UE que vacina menos pessoas, apenas ultrapassada pela Bulgária.
As infeções com o novo coronavírus e as mortes na Ucrânia atingiram esta quinta-feira o seu pico, enquanto o país continua a revelar dificuldade em vacinar a população.
As autoridades ucranianas registaram 22.415 novas infeções e 546 mortes nas últimas 24 horas, os números mais altos desde o início da pandemia.
As autoridades da Ucrânia atribuíram o aumento nas infeções ao ritmo lento da vacinação, neste país de 41 milhões de habitantes. O aumento constante dos níveis de contágio nas últimas semanas forçou o Governo a introduzir restrições no acesso a locais públicos e ao uso de transporte público.
A partir de hoje, na Ucrânia, é obrigatório um comprovativo de vacinação para viajar de avião, de comboio ou autocarros de viagens de longa distância.
Estas medidas restritivas fizeram florescer um mercado negro para certificados de vacinação falsificados, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, presidiu a uma reunião, no início desta semana, sobre formas de combater essa prática.