O Papa cancelou a viagem à Argentina, depois de o candidato a presidente Javier Milei ter dito que Francisco tem "afinidade com comunistas assassinos".
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Javier Milei, candidato vencedor das eleições primárias de 13 de agosto, acusou o Papa de "forte ingerência política", de "demonstar grande afinidade com ditadores como Castro e Maduro" e de "estar do lado de ditaduras sangrentas", afirmou em entrevista ao antigo jornalista da Fox News Tucker Carlson.
Para o político de extrema-direita, Francisco tem "afinidade com comunistas assassinos", "não os condena, é bastante condescendente com eles e com a ditadura venezuelana".
"É condescendente com todos os de esquerda, mesmo quando são verdadeiros criminosos", concluiu o economista, ex-jogador de futebol e cantor de rock que ganhou popularidade nos últimos meses.
O Cardeal responsável pela doutrina da fé do Vaticano, Víctor Fernández, respondeu a Milei, em entrevista ao jornal espanhol "Relacion digital", garantindo que "o Papa não irá a um lugar onde não seja convidado , onde possam usar a sua visita para conveniências políticas ou onde as autoridades desprezem a sua presença".
Há duas semanas, quando regressou da visita à Mongólia, o Papa falou na possibilidade de desmarcar a ida à Argentina, devido a limitações físicas.
Em março, afirmou, em entrevista ao canal argentino CN5, que tem "medo dos salvadores da história" e que "suspeita quando vem um salvador sem história". O papa lembrou ainda Hitler, "um político novo, que falava bem , que seduziu as pessoas e que se chamava Adolfo".
Apesar de não citar Milei, as afirmações estão a ser encaradas pela imprensa argentina como sendo dirigidas ao candidato.