Vários passageiros da frota humanitária, atacada na segunda-feira por Israel, e que estão detidos, recusaram assinar a declaração de deportação, por implicar admitir a entrada ilegal no país.
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De acordo com o “Sydney Morning Herald” (SMH), dois jornalistas da publicação, Paul McGeough (que viajava em passaporte irlandês) e Kate Geraghty (australiana), estavam em reportagem a bordo de um dos navios da frota.
Fonte consular irlandesa explicou ao SMH que os jornalistas recusaram assinar a declaração de deportação porque teriam de admitir ter entrado ilegalmente em Israel.
A fonte - citada por um jornalista do SMH que está no exterior da cadeia onde se encontram os detidos da frota - explica que a Irlanda rejeita a ideia de que McGeough entrou ilegalmente no país, uma vez que o jornalista terá sido detido em águas internacionais e levado, contra a sua vontade, para Israel.
O jornal afirmou que, desde do ataque aos navios, não foi possível qualquer contacto com os jornalistas, tendo já exigido às autoridades israelitas a devolução de todo o equipamento fotográfico e outro confiscado pelos soldados de Israel.
Também o governo espanhol disse hoje, terça-feira, que os três cidadãos espanhóis que viajavam na frota - os cooperantes Manuel Tapial e Laura Arau e o jornalista David Segarra - também rejeitaram ser deportados para Espanha.
O ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, Miguel Angel Moratinos, confirmou que os três espanhóis estão no centro de detenção de Beer Sheva.
Explicou que as autoridades espanholas recomendaram aos espanhóis que assinem a declaração de deportação para regressar a Espanha imediatamente.
Se não tomarem essa decisão, baseando-se em "razões legítimas", disse Miguel Angel Moratinos, entrariam num processo de expulsão que seria "mais demorado".
"O melhor para todos é que possam voltar quanto antes. Mas a decisão é deles", acrescentou.