O secretário-geral do PS afirmou hoje que a pasta da coesão e reformas que será assumida por Elisa Ferreira como comissária europeia "honra" Portugal e permitirá o trabalho em áreas estratégicas como a coesão territorial.
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António Costa falava aos jornalistas, depois de a presidente eleita da Comissão Europeia, a alemã Ursula von der Leyen ter anunciado que a comissária designada por Portugal para integrar o futuro executivo comunitário, Elisa Ferreira, terá na sua equipa a pasta da Coesão e Reformas.
"Esta era a pasta que tínhamos acertado com a senhora Ursula von der Leyen, penso que honra o nosso país e que, seguramente, está ao nível da qualidade da nossa comissária [Elisa Ferreira]. A pasta permitirá à comissária Elisa Ferreira - e também a Portugal - trabalhar em áreas estratégicas para o país", sustentou o líder socialista.
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António Costa referiu que a pasta que será desempenhada pela até agora vice-governadora do Banco de Portugal "é mais alargada do que é tradicional, tendo a dimensão dos fundos estruturais (FEDER e fundo de coesão)".
"Tem também dois novos fundos que financiarão a transição para a sociedade digital e para o novo paradigma energético, possui o novo fundo que constitui o embrião da capacidade orçamental da zona euro e a dimensão do desenvolvimento da estratégia das políticas urbanas da União Europeia", apontou o primeiro-ministro.
Perante os jornalistas, António Costa referiu que já conhecia "há duas semanas" quais os pelouros que seriam atribuídos na Comissão Europeia à antiga ministra socialista e mostrou-se satisfeito com o resultado final da equipa constituída pela democrata-cristã germânica.
"Temos todas as razões para estarmos satisfeitos. Esta distribuição de pastas vai permitir a Portugal dar um contributo importante para prosseguirmos a política de coesão territorial na União Europeia, para contribuímos ativamente para a transição energética e para a transição digital e, finamente, para assegurarmos algo que tem sido um cavalo de batalha muito grande do país: A existência de uma capacidade orçamental própria na zona euro", especificou.
Neste ponto, António Costa fez mesmo questão de salientar que "a essência dos fundos estruturais" pertencerá à área de responsabilidade da até agora vice-governadora do Banco de Portugal.
No plano político, o secretário-geral do PS felicitou a presidente eleita da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, "não só pela forma como distribuiu os pelouros entre os diferentes Estados-membros, como também entre as diferentes famílias políticas".
"Estamos perante um bom resultado que é do agrado do Governo português, que é do agrado da presidente da Comissão e que acho que será sobretudo bom para a Europa", defendeu o líder socialista.
Questionado se estas pastas poderiam ser também ocupadas pelo ex-ministro das Infraestruturas e atual eurodeputado do PS Pedro Marques, António Costa respondeu de forma afirmativa, embora invocando a seguir os objetivos de paridade que foram inerentes à constituição da nova equipa da Comissão Europeia.
"Essas pastas [coesão e reformas] também poderiam caber bem a Pedro Marques. Mas, como é sabido, no diálogo que fomos mantendo como a presidente da Comissão, nós apoiámos desde sempre o objetivo de formar um executivo paritário. Trabalhámos de uma forma construtiva nesse sentido e acho que o resultado é que temos uma excelente comissária como uma excelente pasta", declarou.