Num conflito armado que opõe a Rússia à Ucrânia e que nas últimas semanas tem mantido o Mundo em suspenso, sem saber o que poderia acontecer, as redes sociais afirmam-se como um campo de batalha através da disseminação frenética de informação.
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A expressão real da Guerra na Ucrânia encontrou na Internet um palco que nunca antes outra guerra tinha tido. Apesar de este não ser o primeiro conflito a que assistimos em direto, através dos relatos nas televisões, é o primeiro que surge online. Praticamente em tempo real.
Instituições oficiais, políticos e cidadãos de todo o Mundo estão de olhos postos no conflito armado e têm utilizado as redes sociais para debitar informação, mostrar a realidade e afirmar pontos de vista. Em forma de texto, vídeo ou fotografia, milhares de publicações têm inundado as diferentes plataformas, espelhando a realidade.
Palavras como "Ucrânia", "NATO", "Putin", ou "Kiev" constituem o leque de tópicos mais seguidos no Twitter.
Uma das publicações que tem sido amplamente divulgada no Twitter pertence à conta oficial do governo ucraniano, que na madrugada desta quinta-feira publicou uma imagem que junta o Adolf Hitler, líder da Alemanha Nazi, e Vladimir Putin, atual presidente da Rússia. A imagem foi colocada logo após o ataque russo ao país.
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A publicação conta com mais de 750 mil "gostos" que não param de multiplicar-se. Três horas mais tarde, o governo voltou a partilhar a imagem para afirmar que a comparação se tratava de um "meme" (imagem irónica), mas da realidade.
Assim que soaram os alarmes para a Guerra na Ucrânia, os relatos surgiram quase de imediato através de pequenos vídeos, partilhados por jornalistas nacionais e internacionais, nas zonas atacadas. Alec Luhn, que já foi correspondente dos jornais "The Guardian" e "Telegraph", partilhou o vídeo de um míssil a atingir o aeroporto de Ivano-Frankivsk, no oeste da Ucrânia.
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Também Max Hunder, jornalista do "Kyiv Independent", filmou as longas filas de trânsito, que se formaram ainda de madrugada, para abandonar a capital. "Isto é mesmo, mesmo real agora", escreveu no Twitter.
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Na Ucrânia desde 2014, o repórter de guerra Nolan Peterson também divulgou a realidade na capital russa na sua conta pessoal, através de um vídeo do caos instalado na estação de comboios, com milhares de pessoas a tentar sair da cidade.
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Antes de todos estes retratos da realidade serem disseminados quase em direto pelos jornalistas no local, ainda de madrugada foram as altas figuras da diplomacia internacional que entraram em cena no digital e para reagir à Guerra na Ucrânia.
António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) foi um deles. O português fez duas publicações sobre a Guerra na Ucrânia, ambos dirigidos a Vladimir Putin. O primeiro, em formato de vídeo, a apelar ao presidente russo que impedisse o ataque à Ucrânia.
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Duas horas mais tarde, Guterres renovou o discurso: "Tendo em conta as circunstâncias, devo alterar o meu apelo. Presidente Putin, em nome da humanidade, traga as suas tropas de volta à Rússia. Este conflito deve parar agora", escreveu no Twitter.
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Através do perfil oficial de Presidente dos EUA, Joe Biden também tem estado ativo. A primeira publicação referente à Guerra na Ucrânia surgiu de madrugada, onde condenou o "ataque injustificado" dos militares russos.
"O presidente Putin escolheu uma guerra premeditada que trará uma perda catastrófica de vidas e sofrimento humano", escreveu.
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Em Portugal, António Costa reagiu às 5.45 horas da manhã, com uma primeira publicação a lamentar o sucedido. "Os meus pensamentos estão com o povo ucraniano perante este ataque injustificado e lamentável".
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Em português e em inglês, utilizando vídeos, texto, fotografias e "hashtags", o primeiro-ministro tem dado nota através das redes sociais das reuniões e decisões tomadas ao longo do dia.