Polémica do nome continua: Modi abre cimeira do G20 como primeiro-ministro de Bharat
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, fez o seu discurso de abertura da cimeira do G20, este sábado, com a placa de identificação do seu país rotulada “Bharat” , naquele que é o maior sinal até agora de uma potencial mudança oficial de nome.
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O gesto ocorreu dias depois de os convites para o jantar da cimeira terem sido enviados em nome da "presidente de Bharat", gerando rumores de que o uso oficial do nome inglês do país seria eliminado.
De acordo com a AFP, Modi normalmente refere-se à Índia como "Bharat", uma palavra em sânscrito impregnada de simbolismo religioso hindu e que remonta às escrituras: no Mahabharata, o filho do rei Dushyant e Shakuntala foi chamado de "Bharat" e o reino que herdou passou a ser conhecido como "Bharatvarsha".
Os hindus constituem a esmagadora maioria dos 1,4 mil milhões de habitantes da Índia, mas muitas minorias religiosas, em particular os mais de 200 milhões de muçulmanos, temem que Modi queira remodelar a Índia como uma nação hindu.
A imprensa indiana tem adiantado que o governo poderá apresentar uma resolução para a mudança do nome durante uma sessão especial do parlamento este mês, uma vez que não revelou a agenda da sessão que se realizará de 18 a 22 de setembro. Por outro lado, todos os sites oficiais da Índia mantém o termo “governo da Índia” e a Draupadi Murmu continua a ser referida como presidente da Índia na rede social X (antigo Twitter).
O nome "Bharat" também está presente na constituição indiana, que se refere à Índia como Bharat, embora apenas uma vez: o Artigo 1 diz que "a Índia, isto é Bharat, será uma União de Estados". No resto do documento, o país é sempre referido como Índia.