Matteo Salvini, ministro do Interior italiano, viajou esta segunda-feira para a Tripoli para discutir com o governo da Líbia a questão dos imigrantes que esperam há dias no Mediterrâneo que um país os acolha.
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O anúncio foi feito no Twitter, no qual Salvini publicou uma fotografia a bordo de um avião militar com a descrição "Missão Líbia, começou!". O ministro do Interior é o primeiro membro do novo governo populista italiano a visitar aquele país africano.
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Horas antes, Salvini publicou outra fotografia com declarações polémicas, nas quais pedia "tranquilidade", porque o barco que se vê na imagem "não transporta [imigrantes] clandestinos".
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O ministro italiano ficou conhecido pelas suas posições anti-imigração, ao fechar os portos de Itália, recusando o desembarque de navios de organizações humanitárias que socorram migrantes no Mediterrâneo, como foi o caso do Aquarius, com 629 pessoas a bordo.
Numa entrevista publicada esta segunda-feira no jornal italiano "La Repubblica", o vice-primeiro-ministro líbio Asmed Miitig sublinhou o interesse em trabalhar com o governo italiano. "A colaboração entre Itália e Líbia é decisiva", declarou, acrescentando que a chegada de imigrantes à Líbia também é "um problema importante".
"Os traficantes que transportam imigrantes para a Itália são grupos criminosos perigosos. Temos que deter esse tráfico nas fronteiras do sul da Líbia e toda a Europa deve pensar em medidas estruturais que se tomarão nos países africanos para deter os imigrantes", explicou o dirigente líbio.
No Twitter, Matteo Salvini publicou fotografias do encontro com o ministro do Interior líbio Abdulsalam Ashour, assegurando que "o compromisso será máximo para fortalecer a amizade entre os dois países e a colaboração em todas as frentes, a partir da emergência de imigração".
O barco da ONG alemã "Lifeline" encontra-se há quatro dias no mar Mediterrâneo, perto de Malta, com cerca de 230 imigrantes a bordo, incluindo quatro crianças, à espera de um país que lhe permita atracar. Outros 113 imigrantes aguardam instruções no navio dinamarquês "Alexander Maersk", em águas territoriais italianas, perto de Pozzallo, na ilha da Sicília.