Um polícia russo na reforma foi condenado, esta quarta-feira, a prisão perpétua por ter violado e matado pelo menos 22 mulheres numa cidade na região da Sibéria.
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O agente, identificado como Mikhail Popkov e que ainda estava no ativo na altura dos acontecimentos, alegou que queria "limpar" a sua cidade (Angarsk) de prostitutas e de vícios, segundo relatou a comunicação social russa.
De acordo com os investigadores judiciais, o polícia violava e esfaqueava as mulheres durante a noite, depois de atrair as vítimas para o seu carro de serviço.
"Os investigadores conseguiram reunir provas que implicam Popkov em 22 mortes e em duas tentativas de homicídio", disse o Comité de inquérito russo, num comunicado.
Os corpos das mulheres assassinadas foram encontrados em florestas, junto a estradas e num cemitério. Duas mulheres conseguiram sobreviver aos ataques de Mikhail Popkov, apesar dos ferimentos graves.
As vítimas do polícia não foram só prostitutas, existindo uma professora e uma vendedora.
"Ele afirmou que matava as mulheres que entravam no seu carro e que queriam sair e divertir-se. Mas os testemunhos das duas sobreviventes contradizem esta versão", indicou, em declarações à televisão russa, a procuradora Olga Moujikova. "Trata-se de um assassino em série", acrescentou a procuradora.
As mortes ocorreram durante seis anos, entre 1994 e 2000, provocando um clima de pânico naquela região russa.
Os investigadores suspeitavam que as mortes tinham sido cometidas por um policial, uma vez que o autor dos homicídios tinha grande perícia para ocultar os indícios dos crimes.
De forma a identificar o autor dos crimes, os investigadores realizaram análises de ADN aos habitantes da cidade e concentraram-se nas marcas de pneus que eram visíveis nos locais onde eram cometidos os crimes.
Na qualidade de polícia, Mikhail Popkov chegou a participar na investigação de alguns dos crimes, indicaram outros agentes da polícia, citados pela imprensa russa.
Mikhail Popkov, que entrou na reforma em 1998, foi detido em 2012, na cidade de Vladivostok, no extremo oriente russo.
O homicida vai cumprir a pena num campo de regime especial para antigos agentes das forças de segurança.