O presidente da Bolívia, Evo Morales, não quer polícias com excesso de peso e sugeriu à instituição que trave a ascensão na carreira dos efetivos que "descuidam da sua forma física". Para já, uma norma interna determina que não podem vestir uniforme enquanto tiverem peso a mais.
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Os polícias da Bolívia que têm excesso de peso não podem vestir uniforme até que melhorem a sua condição física, determina uma norma interna do comandante nacional da polícia, Walter Villarpando, que se aplica a todos os cargos da instituição.
A medida entrou em vigor na semana passada e é acompanhada de um sistema de controlo de peso dos agentes, "com o objetivo de, não só verificar o aspeto físico, mas também a saúde" dos agentes, salientou o comandante nacional.
Esta norma surge depois de o presidente Evo Morales lamentar que na polícia do seu país existam efetivos com excesso de peso, tendo sugerido à instituição que trave a ascensão na carreira daqueles que "descuidam da sua forma física" porque, defende, "é parte da sua responsabilidade profissional".
Morales, que faz exercício diário de ginásio e joga frequentemente futebol, declarou que "uma boa forma física é necessária para ascender" a um posto de graduação superior.
A afirmação chocou os agentes com graduação mais baixa. "É uma discriminação", declarou Javier Quispe, presidente da associação nacional de sargentos e polícias.
O dirigente associativo afirmou que os problemas de excesso de peso de "alguns" dos seus camaradas devem-se a má alimentação e à falta de condições para a prática de exercício físico. "Não nos dão as condições para fazer exercícios nem as condições para estar aptos a qualquer momento", apontou Javier Quispe.
"Os nossos polícias não precisam de reduzir o peso, mas sim de melhores salários, equipamentos e veículos" para patrulhamento, acrescentou.