A morte de um advogado após o uso repetido de um "taser" por dois polícias em Bogotá, na Colômbia, desencadeou violentos protestos na capital colombiana e no resto do país, com registo de feridos e danos materiais.
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Javier Ordoñez, de 46 anos, foi imobilizado no chão por dois agentes e sujeito a repetidos choques elétricos, um incidente filmado por testemunhas que causou indignação no país, fazendo lembrar o caso do afro-americano George Floyd, sufocado por agentes da polícia, nos Estados Unidos.
Um vídeo de quase dois minutos mostra dois agentes da polícia colombiana administrarem choques elétricos ao advogado Javier Ordoñez, enquanto este implora "por favor, mais não" e "agentes, peço-vos", com testemunhas da cena a pedirem também à polícia que pare. Pediu 17 vezes aos agentes que parassem com os choques elétricos. Acabaria por morrer horas depois de ser transportado para um hospital.
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Javier Ordoñez tinha saído do seu apartamento, onde convivia com alguns amigos, para ir comprar bebidas. A sua morte originou uma onda de indignação.
Os protestos começaram no posto onde trabalham os dois polícias envolvidos na morte e espalharam-se a vários locais em Bogotá e a outras cidades do país, com relatos de esquadras incendiadas pelos manifestantes, segundo a agência de notícias espanhola Efe.
Na capital colombiana, multidões incendiaram postos de polícia (os chamados "comandos de ação imediata") em vários bairros, além de veículos da polícia e do Ministério Público.
Pelo menos dois homens terão ficado gravemente feridos durante confrontos entre os manifestantes e a polícia, segundo a agência Efe.
Nas redes sociais, manifestantes divulgaram vídeos de alegados abusos policiais.
O ministro da Defesa, Carlos Holmes Trujillo, que passou parte da noite numa reunião urgente de segurança, disse que os dois agentes que atacaram o advogado "já são objeto de uma investigação disciplinar e criminal".